segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O DIA EM QUE ROBERTO CARLOS MORREU - FENANDO MONTEIRO (BRASIL)

(pintura de Vicent Van Gogh)





Dedicado à memória de SOLEDAD BARRETT VIEDMA, companheira do “Cabo Anselmo” — que nem cabo era – e por ele entregue para ser assassinada pelos facínoras da Ditadura que não pode ser aliviada, de modo algum, nas suas culpas tenebrosas perante a História e a hoje democrática (institucionalmente) sociedade brasileira.


É o que estão dizendo, a notícia circulando, parece, desde a manhã, muito cedo, se é verdade, não sei: Roberto Carlos parece que sofreu um acidente, ontem de noite, e morreu hoje, de madrugada, no hospital de Santos, foi na estrada, justo na estrada das curvas que ele cantava: preciso de ajuda/ por favor me acuda/ eu vivo muito só sempre vivi cercado dessas canções, dessas baladas, como todo mundo da minha geração e de mais adiante, ao longo de trinta anos, não é pouco, nunca deixou de se escutar RC, o “Rei” (esse negócio de “Rei” consegue me irritar: rei de quê?, da Jovem Guarda, da vendagem de discos de “Jeesus Cristo, Jeeesus Cristo, Jeeeesus Cristo!, estou aqui”…??, pois então está mesmo, acabou chamando a atenção de JC: morreu, é incrível, a noticia surpreende, faz a gente parar – será que é verdade? – embora eu esteja me lixando, na verdade é o que eu estou, me l-i-x-a-n-d-o mesmo, a caminho do trabalho, mais uma vez atrasado e abalado, mas não porque Roberto Carlos morreu, ora bolas, todos têm de morrer, os cantores e os fãs dos cantores, se Frank Sinatra cantava parecendo que não iria morrer – olhava firme para algum ponto obscuro da platéia fascinada, erguia o braço direito com um anel de pedra no dedo mínimo, os olhos faíscando daquele azul de alumínio lixado – e eu me lixei quando, também, quando o velho mafioso morreu, meus abalos são mais fundos, são pessoais, mais íntimos, não posso ficar abalado porque Roberto Carlos morreu, sem faísca nos olhos apagados, beijando a santinha de Aparecida com seus cabelos pintados de “rei” ancião da jovem guarda que não quer morrer.
Tudo tem que morrer (“as mães e a juventude”, algum poeta já foi no ponto das nossas saudades máximas), “Lady” Laura já morreu, Lidia não. Não pude dormir, na verdade, porque fiquei sabendo – outra notícia ruim – que Lídia voltou, está na cidade e até perguntou por mim, diz Helena, que já esteve com ela, eu não estava sabendo, tomei um susto, não pude dormir, digo a verdade: eu não consegui dormir, fiquei pensando e vi, quer dizer, imaginei, Lídia perguntando por mim e apresentando o filho, ela veio com um filho, isso foi o que tornou a noite longa, a surpresa da frase dita por Helena no meio das novidades, meio brincando meio à sério: “o menino (isto é, o rapaz) é a tua cara”, você, qualquer um ficaria abalado mesmo que houvesse um pouco de brincadeira na coisa, Helena gosta de brincar até com coisas mais sérias e um filho, uma criança que houvesse nascido da minha relação com Lídia seria uma coisa muito séria e eu não saberia como encarar um filho vindo diretamente daqueles anos que recuaram para a sombra de onde Lídia emerge, agora, como uma senhora que retorna, uma loura madura, a Lidiá da Sorbonne verdadeira, os nomes se confundindo na lembrança, é uma trama que me perturba, me perturbou a noite inteira, de modo que eu não pude afastar a jovem velha Lídia, de volta do túmulo da distância, com uísque com cigarro e comprimidos, fiquei acordado e vi o dia nascer, não estava preparado, foi muito de repente que chegaram os anos aposentando, cancelando, obliterando, todos os “ando” que marcham para tornar a juventude a lembrança de uma hora que passou, é esquisito: Roberto Carlos, um caretão superfamoso, morrer assim, num acidente de madrugada, ele próprio dirigindo como peão na contra-mão vinha voando no meu carro/ quando vi pela frente/ na beira da calçada um broto displicente acho difícil, impossível, Lídia grávida de um filho meu?, naquela época?, teria sido possível não perceber, a sensibilidade embotada, enquanto ela também não dizia nada, isso é possível, é a realidade e assim é que se passam as coisas, uma esperança cancelada e vista pelas costas, Lídia dando à luz em Paris, em Montreal?, as perguntas martelando neste vazio quarto grande demais para mim como a mansão da Urca devia ser grande demais mesmo para Roberto Carlos (o que teria ido fazer em Santos?), não importa, é incrivel, Lídia mal acaba de chegar e isso por aqui já está cheio de novidades, não sei agora mas, há três décadas, ela detestava Roberto e, já disse, as músicas de Roberto, a “jovem guarda” e tudo o mais que estava do outro lado da noite escura, o pessoal mudando de célula para célula e Roberto Carlos cantando no rádio do apartamento do vizinho que nem suspeitava das atividades “extra-universitárias” da geração sacrificada para a qual RC nunca fez canção nenhuma (e ele podia ter feito um esforço para tentar entender o que se passava, não era fácil), o país perdeu a inocência e ganhou o campeonato mundial, Lídia torcendo contra e eu desesperado com as partidas decisivas que nem queria acompanhar com ela por perto, para falar a verdade Lídia era muito chata como marxista, comunista até o dedão do pé lindo e magro que hoje deve estar sulcado das veias que não se disfarça mesmo com toda elegância francesa, a pele fala por si própria, a pele e aquilo que não passa e nenhuma esponja apaga, não se remove com bisturi a melhor lembrança, a pior recordação, assim como a papada, o cotovelo enrugado que Pitanguy algum faz sumir pelo ralo, uma coisa eu estranho e queria perguntar, mas não perguntei: então ela casou? – por que não? – embora possa também não ter casado (não é obrigado), Lídia dizia que não queria e nunca iria dizer “sim” para as perguntas idiotas de um juiz ou de um padre, isso antes de tudo nos separar e antes da subversiva Lídia Benevides – codinone “Nice” – ser presa e depois trocada pela porra do cônsul ou do embaixador, já não me lembro não adianta nem tentar me esquecer/ durante muito tempo em sua vida eu vou viver vamos supor que ele se acidentou gravemente (as pessoas gostam de dar esse tipo de notícia, com o “gravemente” acentuado), mas não morreu, sobreviveu, vai ficar talvez com seqüelas – gostam de usar a palavra “seqüelas”, quando o caso é de acidente – com o risco, ainda, de nunca mais poder cantar, quem sabe, uma pena, o Roberto, uma perna que já era mecânica e agora o acidente na estrada, que coincidência, justo na estrada de Santos assim como Lídia tinha o codinome “Nice”, olhe só, o nome da primeira mulher de Roberto, não é engraçado?, levei trinta anos para perceber isso e achar graça, naquela época não sei: acho que não teria gozado com a cara da pobre, Lídia andava atemorizada, mau humorada por tudo e por nada (nem era tempo de achar piada num nome sorteado entre as belas tardes de horríveis domingos de policiais rondando pelo bairro), a gente com medo de esperar pela noite para sair do prédio e ela chorando – tinha medo, pânico de ser torturada – e tudo volta, tudo parece o presente esvaziado, o mundo de incertezas onde eu duvido que tenha perguntado por mim, se interessado, por que se interessaria?, se uma vez já me disseram que ela havia rifado do seu caderninho quando soube – em Paris, antes da anistia – que eu havia casado, de papel passado e tudo, com ninguém menos que Rita Ferreira (a filha do major que matou o padre), hoje estamos separados, mas Rita era gente boa, e Lídia também: ela perguntar por mim significa que não ficou tão chocada, amadureceu, uma mulher viajada, que Helena diz que se veste com apuro e charme da meia idade, eu devia ter indagado: “Helena, diga a verdade, Lídia perguntou mesmo por mim?”, porque a presença de Lídia se instalou no meu quarto de descasado logo que Helena perguntou “sabe quem está na cidade?”, tive medo e, entretanto, também a certeza de que era Lídia, não podia ser outra, retomando um lugar, um traçado, uma mão de cartas marcadas: já então eu estava tonto, sentado na cama, sentia o enjôo do cigarro e a via deitada bem ao meu lado, havia voltado e não falava, não era preciso falar nada, apenas aterrissar, pousar na cama imaginária, cancelar os anos com uma canção de Janis Joplin no lugar de Roberto para agradá-la, estava cansada mesmo chegando pela mão suave da saudade – isso parece um verso parnasiano da má fase – mas não tinha nada de parnasiano, penso, o penso de gaze que eu me via passando sobre a sua pele queimada naquela parte, eu não podia adivinhar, ela estava machucada e não disse, se ali já estava um filho meu, um feto já formado e já assustado, garoto sente aqui, deixe eu ver o seu rosto que vem da minha juventude e do silêncio da sua mãe, no passado e mesmo agora, quando procura Helena mas não o antigo namorado, o “bom burguês” conforme acusava nos momentos de raiva, a própria palavra parecendo tola agora que o seu conteúdo meio que desapareceu com o operariado francês partindo para… Por que estou usando “meio que”? Acho tão feio!, e olhem que eu dava aulas de português pra completar o salário, o Brasil era em preto e branco, Roberto Carlos cantava: quero ouvir a sua voz/ vou telefonar dizendo… por isso corro demais, corro demais/ só pra te ver meu bem… além do horizonte existe um lugar… onde as curvas se acabam… é proibido fumar devia ser proibido proibir e preciso comprar cigarro, preciso porque pensar no país de antes (curioso: as coisas mais definidas, mais perigosas e mais claras) me deixou nervoso, suando um pouco a camisa social daquelas que Lídia passava a ferro – passava mal (e, depois, nunca mais passou nada a ferro em brasa) – dizia que não era empregada, protestava que eram camisas muito caras e tinha medo de queimá-las, ao mesmo tempo em que me acusava de torrar dinheiro com roupas e vinhos caros, naqueles dias de azedar vinhos e murchar rosas do ventre tatuado, meu deus eu não dormi nenhuma hora desta noite que me esmaga e da manhã que traz a notícia da morte de Roberto, Lídia chegou a confessar que ficava com vergonha de mim, dos discos que ouvia e do luxo da nossa casa (luxo porra nenhuma) quando seus camaradas do Partido vinham se reunir no apartamento da Torre e eu me comportava “feito um alienado”, é verdade, talvez eu ouvisse Roberto de propósito: meu calhambeque bip bip/ quero buzinar o calhambeque bip bip. Bem, vocês me desculpem, mas agora eu vou embora… coitado, tenho pena, mas já vai tarde: certamente ele sabia o quanto ficou indefinido, chato, sacro, a cara de uma velha índia grisalha, o cabelo, o estilo sem estilo (mas tudo – e não só Roberto Carlos – é de um estilo indefinido, agora), a condenação às mesmas canções, durante todas as tardes, noites e manhãs dos anos todos que rolaram até chegar a morte na contra-mão do Cadillac enguiçado.
Bem, vai ser um enterro da porra, não há dúvida, o país vai parar, o sepultamento do “Rei” vai superar todos os enterros da história brasileira, um deus-nos-acuda, talvez dia feriado, com o vice-presidente da República presente para se despedir e dizer da saudade do Roberto papo firme e manso nas suas canções de bom rapaz, bom pai, bom filho, e bom cidadão que acaba de morrer vítima da loucura das estradas, vou confirmar, ontem foi domingo, todo mundo voltando do final de semana (é um perigo nas curvas da estrada), o dono da banca de revista aqui da esquina deve saber com certeza, eu saí com os cabelos molhados, uma bolacha em mastigação apressada e a pergunta que acho que posso fazer porque compro cigarro, todo dia, na banca desse chato: Roberto Carlos morreu? Quem? Tá sabendo do boato, não? Roberto Carlos, o cantor, parece que morreu. Ah, é, ouvi também: morreu num acidente de avião. Não, de avião não, de carro: o acidente foi de carro. Ouvi dizer que foi de avião. Não caiu nenhum avião. É, então foi de carro entre no meu carro/ na estrada de Santos você vai me ver morrer, Lídia Benevides de Macedo: “um amor que eu tive e vi, pelo espelho, na distância se perder”, que pieguice, devo estar cantarolando, talvez até chorando, porra, será que eu vou chegar a esse ponto?, uma mulher acaba de passar, me encarou, espantada: pés descalços, lágrimas na chuva, cantando “só ando sozinho e, no meu caminho, o tempo é cada vez menor”… mas não sou um idiota, minha senhora, não estou louco: por favor, prossiga no seu caminho com esse cão sarnento que, se botar no chão, eu chutarei com o maior prazer e os pés nus, é isso mesmo, de paletó, gravata e meus pés nus de John Lennon, ouviu falar, a senhora e o cachorro do seu cachorro? Lídia morria de medo de cães, de morrer – é claro – de ser torturada nem se fala, pois era o que se passava nos meus piores pesadelos, eu a via à mercê de um, dois, três sujeitos num dos porões da “Sorbonne” da rua da Aurora (onde ficava o nosso DOI-CODI), e um deles começando a passar um dedo grosso e molhado de saliva pela parte interna da coxa dela, suja de sangue, me lembro desse detalhe como de um filme de Costa-Gavras (ou Gravas?, fico sempre em dúvida), não encaro o fato, escondo de mim mesmo que é fruto do seu relato, ela à disposição daqueles esbirros sem piedade e talvez grávida, isso me abala, o conto-sonho-filme se desdobra, rola para trás e caminha para o agora que desaba – se for verdade – embora eu tenha que raciocinar, pesar as coisas, convir que tem algo absurdo aí, no quadro que se deforma porque, se acaso tivesse acontecido mesmo, ela certamente teria perdido o menino, os monstros chutavam a barriga, eles gostavam de chutar as grávidas enquanto ouviam músicas da jovem guarda, o bigodudo de cabelo oleoso de posse de um instrumento incandescente, uma coisa que não dá pra ver bem porque, no anti-sonho, a minha censura desesperada corta a cena antes do major se aproximar, com o cano quente, e Lídia começar a gritar, os cabelos colados na testa suada (os cabelos com os quais tinha tanto cuidado), ela gostava de shampoo americano porque “era bom”, eu brincava que nada deles devia ser bom e Lídia respondia que eu era um idiota que gostava de faroestes e, portanto, não podia falar detalhes tão pequenos de nós dois/ são coisas muito grandes pra esquecer/ e a toda hora vão estar presentes você vai ver e as pessoas nem estão sabendo que Roberto morreu, quer dizer, essa notícia não é a notícia mais importante do mundo, de modo algum, quando Frank Sinatra morreu eu pensei que o pessoal ia dar mais importância, fiquei esperando e ao passar pelos jardins do consulado americano aqui perto achei até que a bandeira deveria estar a meio-pau – embora Sinatra a preferisse de pau inteiro he he – quando Francis Albert morreu, os jardins tristes, o cheiro de jasmins colado à rua sempre vigiada (pungência de jasmins, específica), com reflexos no espelho de água lembrando o repuxo apagado do pátio da Faculdade, no limite da noite que caminhava para o fim quando eu conheci Lídia no bar do Bloco “B”… e Sinatra (não Roberto Carlos) cantava os versos de Yesterdays – “a verdade era minha” – com seu tipo de consolação misteriosa, de cigarro, e alguma forma de solidariedade na voz, macio timbre claro enquanto os outros casais sumiam para o fundo dos bairros de mariposas acesas sob a luz esparsa dos pobres que nunca estão nas músicas de Roberto de corpo inteiro, “Lady” Laura, carangos, coisa da juventude classe-média-indiferente, mesmo o porra do Sinatra tinha mais solidariedade mafiosa, era dono de alguma verdade provisória que, suponho, não devia se sustentar em noites de estradas ensaios hotéis uísque aplausos pistas de dança madrugadas rouquidão mais aplausos e mais uísque piscar de olhos cigarro droga e trepadas sem tirar a calça, tudo isso é ainda mais absurdo porque o filho de Lídia é tão meu quanto poderia ser do finado Roberto ou daquele garanhão de olhos azuis que morreu vendo as caras de enfermeiras como última recordação da verdade que fora dele – acredito – por um breve momento imprensado entre luas e gambiarras iluminando uma única mulher amada entre milhões de histéricas dispostas a ir para a cama com “The Voice”, de pernas abertas e olhos fechados, o grande sortudo safado, ninguém entendeu, quando ele morreu ninguém entendeu que com ele também morria uma forma de lamentar o amor recordado nos parques molhados da chuva (enquanto não percebemos que saímos para a rua sem os sapatos), eu com medo de ver Lídia, de revê-la… embora “rever” não seja bem a palavra: eu jamais a vi como uma senhora, é uma novidade, uma desconhecida, porém uma desconhecida cujo filho é a minha cara (?), choveu a noite toda – e o dia é de chuva – e eu me sinto deprimido, estranho, triste porque chove e porque não chove, porque não veio carta alguma da França e nenhum aviso, nenhum telegrama acusou o recebimento do poema não-escutado e jamais lido para ouvidos não-torturados:
Deixou a luz acesa iluminando o aposento
refletido em ângulo no espelho do armário aberto.
É só uma janela (também aberta) e no entanto pode
revelar um orgulho quase tão desfeito
quanto a cama que daqui se vê (com olhar de voyeur)
nua como parecem as camas após usadas pela pressa
ou pelo desleixo humanos:
há jornais dobrados, talvez cinza
sobre os travesseiros – e nada mais para ver
da intimidade violada do casal que prossegue
se acusando?, ao surgir de sob a marquise,
três andares abaixo.

Depois, ela toma um táxi, sem se despedir,
e ele acende um cigarro protegido da chuva
ao luzir o mesmo fulgor perdido da lanterna úmida
dos pequenos barcos.

E assovia Amada Amante subindo as escadas
de volta para a desarrumação do quarto.

Roberto Carlos morreu?
Alguma ansiedade funda – que envolve Lídia de volta e Roberto vivo?, morto? – me faz ligar, como um fã absurdo, para um amigo que trabalha na redação de um jornal de TV: “Roberto? Roberto Carlos?”
Não, ele não soube de nada, acha que é boato. Ou, pelo menos, ninguém está sabendo de nada na redação, e se ninguém está sabendo de nada na redação… pode ter certeza de que não houve nenhum acidente grave com uma pessoa notória como o “Rei” – que morre de medo desses boatos, é supersticioso como um cartomante cigana (de Caruaru) aposentada.
Desligo, meio irritado, quase decepcionado, penso que devo voltar para vestir meias e calçar sapatos, mudar a roupa molhada – enquanto percebo quão insepultos, ainda, são os horríveis dias dourados, de antes e de ontem, quando Roberto e todos, a favor ou contra, éramos jovens.



Fernando Monteiro é poeta, romancista, dramaturgo, cineasta e crítico de arte. É autor, entre outros, dos romances Aspades, ETs., Etc, A Cabeça no Fundo do Entulho (ambos publicados pela Record), O Grau Graumann (Globo), As Confissões de Lúcio (Francis) e do poema longo Vi uma foto de Anna Akhmátova.
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