segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

TEORIA DA FÍSICA DO DELICADO PERFUME DAS VIOLETAS- EN CIEN POEMAS A NICANOR PARRA-96-14







TEORIA DA FÍSICA DO DELICADO PERFUME DAS VIOLETAS

                                Por:      Vanda Lúcia da Costa Salles – Brasil

            I
                         
Semente brota, aprendamos
Como escolher e colher, disse-nos o poeta universal
Em sua cosmogonia:
“ Hoje é um dia azul de primavera, creio
que morrerei de poesia.” – Esmero e aprimoro
a  versão e a consciência para transfigurar-se diálogo,
no dente em que mastigo o ato, fixo
a imortalidade quântica poética
no criar a pauta-argonauta
com que risco na pele da escrita
a senda e a senha com que a forma tece
a impensável forma da física desse
ridículo poema a que denominamos amar o amor em processo, mesmo
em pulos e sobressaltos, no agito dos ramos...Nessa úmida folha
em que traço a imensurável
Teoria da Física do Delicado Perfume das Violetas, que
dedico a ti,
Ó amado poeta, Nicanor Parra!
              II

Das margens, observo
Sua aparência, seus mistérios...
Nesse azul de primavera, creio
Do quanto em ti, a nau estética
Da antipoética define a luz primorosa
Dessa imensa Lua
A inebriar os corações, até
O côncavo/convexo do dia, quando
Surge do nada o aroma
Inebriante das violetas, perfeitas e amarelas, todas
Ondas sonoras de uma pauta musical destemida.

               III
E se a primavera agrega
A ideia quântica da descoesão, do abismo
Em arco-íris flui... O Tudo/Nada
Para criativo deleite o gozo cria alegria em todos nós, aprendizes do grito

         IV
Nada é o que parece ser
No enigma das órbitas proibidas
Um homem caminha e assobia Chopin, inebria-se mirando
A cópia de si mesmo, o chapéu irônico de poeta louco
Ou a pretensão de um corpo bem localizado no espaço
Mesmo na imprecisão do rumo, no prumo que assume o lume,
Independente da distância em que esteja
E na probabilidade de ali estar
O mesmo rouxinol, a cigarrilha, o canto e as palavras que encantam
Ah!  Esse princípio da incerteza de ter e ser,  quem crê
No azul da primavera do pôr-do-sol em bel-menor... Os sonhos de Deus!,
( quando o raio incide sobre o alvo e pára), e
Na partícula clara e suave... Na clave de dó, Ah, Nicanor Parra! 
Quantas poesias nos olhos teus?!



 A PROFESSORA, PESQUISADORA E POETA VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES ( VANDA SALLES) PARTICIPA DE:




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

POETA ASSENÇÃO PESSOA E " MIL POEMAS PARA ITAPECURU MIRIM --







A POETA ASSENÇÃO PESSOA, NO AUDITÓRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO DO MARANHÃO, EM  ' MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS'.



CENTRO DE ENSINO ITAPECURU MIRIM - 21490201
PROJETO MIL POEMAS PARA A CIDADE DE ITAPECURU-MIRIM
MARANHÃO - BRASIL
CARTA DE CONVITE E ADESÃO

Presado Sr.(a)

Estamos realizando um trabalho com todos os Poetas, artistas, professores e historiadores anônimos e consagrados, toda a classe estudantil de Itapecuru-Mirim, demais cidades do Maranhão, podendo se estender para outros Estados brasileiros, quiçá outros países.
Este projeto foi pensado por mim para fazermos algo singular, diferente e audacioso no que diz respeito ao aniversário da nossa Itapecuru-Mirim. A presente obra será publicada sob a forma de coletânea de textos poéticos, fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor. A obra será lançada na semana do aniversário da cidade com algumas comemorações associadas.

Ao perceber a importância do que foram os trabalhos da Professora Dilercy Adler, da SCLM, em um trabalho conjunto com o Reitor da UFMA, Dr. Natalino Salgado, Sr. Leopoldo Vaz, IHGM, pensei, por bem, trazer uma versão desse tão valioso projeto dos Mil Poemas, para celebrar e homenagear a nossa cidade Itapecuru-Mirim, pela passagem de seus 144 anos em 21 de julho de 2014.
Gostaria de contar com a adesão e colaboração dos Senhores no sentido nos ajudar na edição e publicação do material, uma vez que nossa escola ainda é uma pequenina semente para frutos tão preciosos.
Gostaria de saber como sua Instituição, sua Empresa ou Confraria poderá ser parceira colaborativa e se posso contar com seu apoio e como posso encontra-lo (a) pessoalmente para tratarmos deste magnífico projeto.
É um projeto que foi pensado para ser executado no coletivo, e tenho certeza, com o apoio de todos, desenvolveremos um trabalho de tão valiosa estima para nós e para a história desse município, e creio se olhado com cuidado e aceito, também terão orgulho do resultado esperado.
Conto com todos para atingirmos além dos Mil Poemas, também a publicação dos mesmos.
Desde já lhes agradeço a atenção dispensada.
Saudações “Tapuias”
Assenção Pessoa.
Contato: (98) 8148 3980

    sábado, 1 de fevereiro de 2014

    A LITERATURA BRASILEIRA EM EVIDÊNCIA- PROFESSORA VANDA SALLES NO CENTRO DE LITERATURA DO FORTE DE COPACABANA-ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA

    Caros amigos, Autores, Artilheiros da Cultura.
    Informo a vocês que hoje estive em reunião no Forte de Copacabana e agendamos o Lançamento da Antologia 2014 para a semana de 10 à 14 de fevereiro. A data exata ainda dependerá da agenda do evento da Passagem de Comando.
    Preparem-se, na terça feira, dia 04 de fevereiro, enviarei um e-mail confirmando a data exata.
    Com apreço,
    Antonio Pereira - Coordenador do Centro de Literatura do Forte de Copacabana.

    Antologia em Verso e Prosa, 2014.
    Autores do Centro de Literatura
    do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana
     


    BEM-VINDOS!!!




    Antologia em Verso e Prosa, 2014.

    Autores do Centro de Literatura
    do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana


    Uma palavra para Vivian

    Vanda Salles ( Vanda Lúcia da Costa Salles)

    A neve cai e seu olhar se perde mais além dos flocos de neve. Atrás
    da janela está uma mulher com olhos de louca e expressão de anjo em
    véspera de Natal. Sem dúvida, acompanha a solidão e envolve seu corpo
    igual fera de mão indomável. Ela que aprendera a suportar a dor maior,
    sentia que a ingratidão rasgava o fundo do seu ser. Aprendeu a viver no
    mundo com a solidez de seus sonhos, e ela é uma pessoa que deseja ser
    uma estrela. Isso é tudo! Uma pessoa excêntrica que busca uma palavra
    nova. Uma palavra que se ajuste a seu corpo sensível.
    Ela aspira viver uma personagem de sonho. Busca um papel. Um
    papel, cujas palavras sejam um caminho para alcançar o estrelato. É um
    sonho de infância que se manteve durante a adolescência e agora na
    maturidade cresce em seu peito como se fora alimento para a alma,
    entretanto sua vida se desmorona igual aos dentes da parte superior de
    sua boca porque seu salário não se ajusta. São tempos difíceis, mas esta
    mulher se aprimora.
    Sabe que viveu cada passo e cada escrita. Anela visitar toda América
    e ruas e ruas das mais secretas. Para crer em seus sonhos pensa que uma
    amiga ou amigo, alguns deles estarão no aeroporto para dar-lhe boas
    vinda. Adquiriu a estranha mania de esperar a aterrissagem dos aviões.
    Mirar fixamente a cara de todo mundo, alguns tristes, outros nem tanto.
    Cansados, ??afetados, amargurados ou felizes. Pensava “o triste é não ter
    a ninguém que nos receba no aeroporto...” Ela um dia iria voar. “Longe,
    com certeza”.
    Eram poucos os que falavam dessas coisas, chegada e partida. Só
    depois de uma viaje cansativa, sem uma mão amiga para convidar-lhes a
    tomar uma xícara de café ou uma de chá. Essa realidade feia aterrorizava.
    Gostava de uma gostosa e farta xícara de café com leite, manteiga e um
    delicioso bolo caseiro de milho, recheado de queijo, quando o dinheiro
    chegava.
    O pai e a mãe: nunca soube. Não havia tempo para sentir-lhes a
    falta. Além de que, nunca aprendera a ler. A ninguém importava dar-lhe
    esses ensinamentos. Diziam que as mulheres que não aprende muito cuidam
    a seu homem com fidelidade e respeito. Assim se casou aos quinze anos.
    Nos primeiros meses ganhou um sopapo que lhe fez ver estrelas. As que
    não brilham. Aprendeu a afogar as lágrimas.
    Quando seu esposo disse “não te faças de rogada” e aceitou as carícias
    do entregador de pizza e exigiu que também se regalasse porque não
    havia nada demais, “hoje em dia é assim, uma mulher deve servir aos
    caprichos de seu marido sem pestanejar”. E que preferiu criar mais porcos
    que cuidar de sua esposa, dera por vencida e fugiu. Definitivamente pensou
    “ não vou voltar a casa. Isso não faria, jamais”. Queria mais estar louca.
    Ninguém imagina o que se vê detrás da janela de sua habitação de
    criada que não possui um espelho, incluindo uma maleta ou um mimo de
    mulher coquete. A moradia é pequena, sem mobílias principais. Mas a
    dignidade é imensa. Sobre uma mesinha dorme um livro, um caderno e
    duas canetas, uma azul e outra de cor negra. São tesouros que guarda
    para assegurar a esperança de escrever a frase mais pura e desejada que
    explicasse a sua alfabetização. Assim, ninguém a impediria de ser a estrela
    mais formosa de sua própria vida.
    Vivian, a mulher por detrás da janela aguarda uma visita, por isso
    queda-se a mirar mais além dos flocos de neve que cai. Os flocos de neve
    caindo, adornavam as calçadas, marquises, árvores, carros, abrigos dos
    transeuntes e seus gorros ao estilo de Van Gogh. É agradável ver, sobretudo
    aos guris lançando bolas de neve uns aos outros e o sorriso de felicidade
    que circula no ar.
    A visita vem para ensinar-lhe as primeiras letras, falar e recitar poesia,pois acredita com esse aumentará a potencialidade de sua personalidade.
    Gostava desses encontros e ausência e presença, já forte em seu interior.
    A primeira vez trouxe pedaços de papel com fragmentos de poesia de
    inúmeros poetas de toda parte do mundo. E escrito com sua bonita
    caligrafia. Então, disse “é para que conheças alguns dos poetas mais
    reconhecidos de todo o mundo hoje em dia” Estas pétalas que vinham do
    coração das pessoas que haviam sofrido, inclusive maravilhosas na utopia,
    como lhe disse acerca da vida e obra do poeta brasileiro chamado Vinicius
    de Moraes. Comentando sobre seus amores e suas dores, suas canções e
    sua contribuição como artista e pessoa, ajudando a impulsionar a vida e
    obra de outros cantores e poetas, não somente em seu país. Também
    aprendeu sobre Lorca, Pessoa, Prevert, Torga, Ibarbourou, entre outros,
    e os amou até entender as batidas de seu coração espantado.
    Conheceu sua professora no aeroporto, tinha muita sensibilidade,
    gestos carinhosos e amáveis. Disse viver da aposentadoria antecipada
    por razões dos anos de chumbo em seu país. Uma ditadura que lhe
    arrebatou a vida de amigos e seus seres mais queridos, inclusive sua filha,
    que nasceu da tortura, a qual abandonou forçada que foi ao exílio. Nas
    mãos de Vivian há um pedaço de papel, o mesmo papel que a mestra lhe
    havia dado para ler em sua chegada ao aeroporto, na primeira vez em que
    se conheceram e ela disse sentir muito porque nunca aprendera a ler. A
    mulher olhou profundamente em seus olhos, na grandeza de sua pele e
    convencida de seu papel, disse-lhe "Serei sua professora e lhe ensinarei a
    ler”. Isso fez. Nesse exato instante das mãos de Vivian assoma um papel
    que diz: Filha amada, sou sua mãe! Por Deus, és vitoriosa!
    A última vez que as vi ternura transbordava.


    ( Páginas 230 a 232, da Antologia em Verso e Prosa, 2014.
    Autores do Centro de Literatura
    do Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana)