TEORIA DA FÍSICA DO
DELICADO PERFUME DAS VIOLETAS
Por: Vanda Lúcia da Costa Salles – Brasil
I
Semente brota,
aprendamos
Como escolher e
colher, disse-nos o poeta universal
Em sua cosmogonia:
“ Hoje é um dia azul
de primavera, creio
que morrerei de
poesia.” – Esmero e aprimoro
a versão e a consciência para transfigurar-se
diálogo,
no dente em que
mastigo o ato, fixo
a imortalidade
quântica poética
no criar a pauta-argonauta
com que risco na pele
da escrita
a senda e a senha com
que a forma tece
a impensável forma da
física desse
ridículo poema a que
denominamos amar o amor em processo, mesmo
em pulos e
sobressaltos, no agito dos ramos...Nessa úmida folha
em que traço a imensurável
Teoria da Física do Delicado Perfume das Violetas, que
Teoria da Física do Delicado Perfume das Violetas, que
dedico a ti,
Ó amado poeta,
Nicanor Parra!
II
Das margens, observo
Sua aparência, seus mistérios...
Nesse azul de
primavera, creio
Do quanto em ti, a
nau estética
Da antipoética define
a luz primorosa
Dessa imensa Lua
A inebriar os
corações, até
O côncavo/convexo do
dia, quando
Surge do nada o aroma
Inebriante das
violetas, perfeitas e amarelas, todas
Ondas sonoras de uma
pauta musical destemida.
III
E se a primavera
agrega
A ideia quântica da
descoesão, do abismo
Em arco-íris flui...
O Tudo/Nada
Para criativo deleite
o gozo cria alegria em todos nós, aprendizes do grito
IV
Nada é o que parece
ser
No enigma das órbitas
proibidas
Um homem caminha e
assobia Chopin, inebria-se mirando
A cópia de si mesmo,
o chapéu irônico de poeta louco
Ou a pretensão de um
corpo bem localizado no espaço
Mesmo na imprecisão
do rumo, no prumo que assume o lume,
Independente da
distância em que esteja
E na probabilidade de
ali estar
O mesmo rouxinol, a
cigarrilha, o canto e as palavras que encantam
Ah! Esse princípio da incerteza de ter e
ser, quem crê
No azul da primavera
do pôr-do-sol em bel-menor... Os sonhos de Deus!,
( quando o raio
incide sobre o alvo e pára), e
Na partícula clara e
suave... Na clave de dó, Ah, Nicanor Parra!
Quantas poesias nos
olhos teus?!
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