domingo, 8 de junho de 2014

ENTREVISTA COM A ESCRITORA BRASILEIRA ANA NERES PESSOA LIMA GÓIS, AOS ALUNOS DO CIEP 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO- MARAMBAIA-SÃO GONÇALO-RJ


















Fotos: ANA NERES PESSOA LIMA GÓIS ( MARANHÃO-BRASIL)

ENTREVISTA COM A ESCRITORA BRASILEIRA ANA NERES PESSOA LIMA GÓIS, AOS ALUNOS DO CIEP 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO- MARAMBAIA-SÃO GONÇALO-RJ

1-DIANA M. DE AQUINO (TURMA: 901/2014):
a)O que levou você a ser poeta?
R: Diana, eu fui levada, em idade  muito tenra e não me percebi em transição... Depois adormeci por um tempo e acordei já em idade de me aceitar poeta!E depois que se chega a esta conclusão percebe-se que ser poeta é um estado de espírito, que por mais que tiremos nosso foco dele, ele nunca adormecerá em nós.
Bastar-se
Queria mesmo neste instante
Era ser poeta mais que nunca
Mas que sempre...

Queria mesmo neste instante
Era ser eterna mais que nunca
Mais que sempre...

Queria mesmo era
Estar leve o suficiente...

Queria mesmo era
Ser o suficiente...

Era me bastar...

Era me encontrar...

Antes de perder-me
No silêncio novamente!

 (Traduções de silêncios)




2- ARIANE B. MOTA DA SILVA (TURMA 901):
a) Como você começou a fazer poesia?
R: Tenho uma lembrança daquelas que parecem vir lá do fundo do baú de nossa memória, de minha mãe com um caderno de poemas seus, mas não lembro o que tinha escrito nele. Foi nesta época Ariane, que fui incentivada por ela e por uma programação na escola que chamava: Semana da Poesia. Eu tinha 10 anos, recordo que fiquei em segundo lugar. E também nesta época, participei com o livreto “Minhas Primeiras Poesias” de um festival literário em minha cidade, no qual eu fiquei em terceiro lugar precedida por poetas adultos em mais experientes do que eu. Pra mim foi uma conquista e incentivo pra vida inteira!
Sou um botãozinho
Que estou a desabrochar
E sempre o jardim
Vivo a perfumar.

Serei uma florzinha
Mais bela do jardim
Vou sempre cantando
Numa alegria sem fim.

(Poema escrito em 1983 aos 9 anos de idade.)


3- JÉSSIKA LIANDRO DE SOUZA MELO (TURMA 901):
a)                  Sua vida sem poesia, como seria?
R:Sinceramente Jéssika... Eu não sei... Mas, sem romantismo e sendo bem realista, acho que eu, enquanto ser humano, personalidade, não poderia existir sem poesia. Eu seria outra pessoa totalmente distinta do que sou.


Mais ou menos assim

Cacos esparsos
Luares opacos
Loucos espaços
Lacunas de mim
No quebra cabeças
Trincado colapso
Juntando-me assim
 

Estrela três pontas
Sol sem despontas
Flor sem espinho
Amor sem atrito
Cinema sem pipoca
Irmã da Cinderela
Lira sem trova

Astronauta sem lua
Calçada sem rua
Carta sem selo
Gato sem novelo
Raiva sem brigas
O mundo sozinho
Eu redemoinho


(Traduções de silêncios)

b) Quais poesias marcaram sua vida?  Por quê?
R:Várias, mas tenho bastante admiração por dois poemas, o primeiro, ‘Motivo”de Cecília Meireles, e o segundo é uma prosa poética chamada “Noite” que encaminho em anexo para que você conheça-a. Agora partindo para o porquês, o “Motivo” porque me identifiquei ainda na adolescência com  o termo “alegria triste”, e como a autora expõe a personalidade poeta, o que pra mim foi um desvendar de minha personalidade e a crônica “Noite” por desmistificar de uma maneira única os acontecimentos da noite.Amo a noite.
Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles

4- LAYLA MATTOS DE OLIVEIRA (TURMA 901):

a)      Por que escolheu a profissão que tem?
R:Na verdade Layla, minha profissão é educadora, e descobri essa vocação de ensinar muito cedo, tenho quatro irmãs e independente da profissão de cada uma, somos todas educadoras, acho que herdamos isso de nossa mãe que foi professora a vida inteira. Eu ainda não me firmei como escritora profissional, apesar de ter uma vasta obra, ela continua inédita, apenas com amostras em antologias e nas redes sociais. Hoje na sociedade em que vivo sou mais conhecida como ativista cultural do que como escritora ou poetisa, porém creio que tudo indica que um dia me engajarei completamente na profissão que provém exclusivamente da escrita.
b)      Como a música entrou em sua vida?
R:Apesar de eu não apresentar nenhum talento aparente para a música como entonação certa, ritmo... gosto de ouvir... A música é acalanto para a alma de qualquer poeta, seja ela cantada ou simplesmente tocada por instrumentos. A influência musical em minha vida iniciou na infância e veio da igreja evangélica, dos cânticos e hinários, e até hoje gosto dos clássicos cristãos que migraram da música americanaparaa nossa.Aquelas melodias tocadas em antigos filmes norte-americanos. Tive influência da MPB e Jovem Guarda por parte das músicas que ouvia em discos e rádio quando estava com meus tios e tias. Acho que meu gosto musical ficou no passado, gosto de letras e melodias bem elaboradas.

5- LISLANE DOS SANTOS ALVES VIEIRA (TURMA 901):
a)      Sobre o que gostaria de escrever como algo novo?
R: O novo costuma a entrar na vida do poeta sem que ele perceba. A maioria de nós, Lislane, têm fases na escrita, e às vezes elas são mais perceptíveis aos críticos e leitores do que nós mesmos. Até agora já escrevi sobre tudo o que gostaria de ter escrito: poemas com versos livres, com formas, poesia concreta, programações para datas comemorativas na escola, poesia infantil, literatura infantil, prosa poética, crônicas, e ensaios sobre poetas de minha região. E sempre que vier uma nova ideia, com certeza vou ter a maior satisfação em concretizá-la na escrita.


6- MAICON DOUGLAS C. DE MELO (TURMA 901):
a)      Quantos livros você já escreveu?
R: Livros escritos eu tenho muitos, mas, publicados até agora nenhum. Abaixo faço a lista de meus arquivos prontos a publicar:
·        Minhas primeiras poesias, 1984
·        Aprendiz, 1998
·        Primícias e Releitura,(releitura dos textos do livreto de 1984), 2010.
·        Cara e Coroa, textos de 2008 a 2010.
·        Brinquedo de Poesia, 2011.
·        Diário de Agosto (meu único livro de crônicas poéticas) 2012.
·        Traduções de Silêncios, 2012.
·        Série Marina (Marina e a mania de Torta; Marina, a menina que lia; Marina quer saber!), em construção desde 2012.
·        Série Tributo: Tributo a João Barreto; Tributo a Iracema de Brito. EnsaiosLiterários sobre autores da região, 2012/2013.
·        Faíscas de Achismos, 2013.
·        Aos meus Botões, 2013
·        A poesia que ainda resta, 2013
·        Cotidiano, 2013/2014.
·        Até onde nos leva a Poesia, 2013/2014.


b) E qual de seus livros você mais gosta?  Por quê?
R: É muito difícil para uma mãe escolher entre seus filhos, assim igualmente para os escritores escolher uma de suas obras como preferida, com raras exceções a gente gosta de todos Maicon. São preferências diferentes por personalidades igualmente diferentes.Livros têm personalidade! Mas tenho um carinho especial por “Primícias e Releitura”, “Cara e Coroa” e “Traduções de Silêncios” que representam fases em minha vida de poetisa e em minha vida pessoal.



7- MAXSUEL HENRIQUE NERI DA SILVA (TURMA 901):
a) O que te inspira a escrever ou fazer uma pesquisa sobre poetas?
R: A poesia sempre nos mantém inquietos, e muito me comove ver que muitos poetas não têm condições de tornar suas obras públicas, principalmente em minha região, que fica localizada no interior do Maranhão, um estado considerado com um dos maiores índices de analfabetismo e onde a cultura da capital é divulgada como se fosse uma amostra de tudo o que acontece no Estado. Por isso eu sempre mantenho minha vida de catalogadora e pesquisadora aliada com a criação poética.
b)Para você o que é poesia?
R: Maxsuel, a poesia é uma parte imaterial das coisas que pode ser transformada em palavras, é como se fosse um sentimento, sensação que estivesse rondando cada objeto, pessoa, situação, e somente o poeta é capaz de captá-lo e transmiti-lo em uma linguagem, no caso: a escrita, para que as outras pessoas, não poetas, sejam capazes de também se emocionarem e tirar proveito destas percepções que emocionam.

Encantamento

Onde será que a poesia se esconde em mim
Tenho certeza que esteja em algum lugar
Mas só por vontade própria se entregará
Será que se esconde por trás dos olhos
Após ter a visão do belo e do querido
Será que se encanta quando a música toca aos meus ouvidos
As vezes penso estar sob a pele
Sei que está em algum lugar...
Porém... Por que se entala silenciosamente
Quando a quero em minha fala.
Será por manha...
Poesia tem seus caprichos... Talvez...
Mas penso também ter artimanhas
Sinto-a tão minha... Porém, não sou capaz de dominá-la
Sinto-a tão perto... Sem alcançá-la...
Então ser poeta é ser refém do que se contém
Do que se detém!
Pode ser... Talvez...
Creio que seja a capacidade de se fazer plural
Em verbos... adjetivos... cores... sons e texturas
Em suma...
É ser capaz de suprir as muitas necessidades
Com o pouco que se tem

 (Traduções de Silêncios)




8- DAVISON DOS SANTOS (TURMA 901):
 a) Como você se sente quando termina de escrever uma poesia?
R:Realizada, Davison, apesar de que para o poeta o poema nunca está terminado, mesmo depois de pronto, nos parece que a gestação em torno de uma ideia concebida no poema nunca acaba. Mas, me sinto mais ou menos assim:

TRANSCRITO
Deixo aqui uma palavra de saudade
Uma palavra de amizade
Uma palavra incógnita
Que traduz tudo que a alma deseja dizer
Porém a boca não fala sua língua...

Deixo aqui um pouco de mim
Clara e imprevista
Direta e recôndita
Transparente
Silenciosa
Mas compreensível!


(Cara e Coroa)



b) Você já escreveu uma poesia sobre a sua família?
R:Sim, mas não somente uma, escrevi uma série de poemas, uma para cada pessoa, contemplando: pai, mãe, filhos, marido, irmãs, tias, avós, avôs e amigos. Veja o exemplo abaixo:

O FABULOSO QUINTAL DE DONA CORINA
(Para  vovó Corina)

Tardes de cores
Formas e odores
Flores

Tardes de conversas
Vasos à beça
Mudas diversas

Sem contratempos
De sol e de vento
Tudo a contento

Mil planos e plantas
Cuidado que encanta
E a vida acalanta

É uma linda rotina
Pétala que acetina
A flor, dona Corina!


(Cara e Coroa)

c) Você já tentou fazer um filme com a sua poesia?
R: Não, nunca tive essa ideia, mas, às vezes “me passa um filme na cabeça”, antes, durante ou depois de escrever um poema! Mas como gosto das artes visuais, faço foto poemas com fotografias que eu mesma tiro, e já gravei um vídeo recitando um poema com imagens que fiz...

9- MATHEUS LOBO GOMES LEITE (TURMA 901):
a)      Qual foi um dos seus primeiros poemas que a senhora ficou mais emocionada?
R:  Foi o poema Flores Matheus.



Flores

Flores.
Algumas têm perfume
Outras só têm beleza
Mas todas são
Obras primas da natureza.

Flores.
De pétalas coloridas
De variedades sem igual
De belezas incomparáveis
Que natureza sensacional.

Flores.
Beleza que ofusca a sujeira
Perfume que combate à poluição
Flores do mundo amo todas vocês
De todo o coração.

Flores.
Acompanham nossa vida
Do princípio ao fim
Enfeitam nosso berço
E a nossa sepultura

Flores.
Maravilhas de criaturas!

1984.
(Minhas Primeiras Poesias)

10)THAMIRES SOARES DE SOUZA(TURMA 901):
 a) O que procura expressar quando escreve a senhora esses seus livros?
R: Um livro nasce sim do desejo de expressão, porém, por mais que ponderemos para seguir uma linha de pensamento, sempre iremos nos dividir em falar sobre várias coisas, no meu caso, sempre e naturalmente, altero da poesia de cunho existencial, realista, às vezes passando pelo transcendental e indo até o social.



b)      Pensa em viver algo novo?
R: Claro, que sim Thamires! Sim, o novo é que nos move: lugares, pessoas, experiências, opiniões, erros e acertos, tudo novo!!! Mas é preciso que sempre estejamos ligados às nossas raízes, nossos conceitos sobre as coisas essenciais da vida. É preciso voar e ter para onde voltar.

11) JÚLIO CESAR DA ROCHA PACHECO (TURMA 901):
a) Você era sempre determinada a conseguir o que queria?
R: Sim, sempre fui assim, e ainda continuo, pois tenho muitas coisas por conseguir. Sempre temos que lutar pelo que queremos e acreditamos.
b)      Alguém já zombou de você pelos seus sonhos de Escritora?
R: Na verdade não que eu saiba, mas passei um período em que me esqueci da escrita, por achar que não me levaria a lugar nenhum, por achar um tanto bobagem escrever poesia, e por ouvir críticas destrutivas à poesia e aos poetas, o que na imaturidade me levou a não desejar ser poeta. Apenas há alguns anos, já na maturidade, voltei a escrever e revelar meus escritos antigos e atuais.

12- JHONNATA HENRIQUE (TURMA 901):
a)      Qual é o seu modo de mostrar o seu poema para o mundo?
R: É um modo tímido ainda, Jhonnata, e às vezes me assusto com um elogio vindo de alguém que considero um grande escritor ou poeta, mas é o meu modo. Sinto algo desmistificando cada vez mais a poesia dentro de mim, e a segurança de escrever de maneira intensa e constante sobre tudo que sinto, vejo, ouço e toco se desenvolvendo de um modo acolhedor cada vez mais a ideia de ser poeta.

13- LIVIA SÁ LIMA (TURMA 901):
a)      Como você descobriu esse dom de escritora?
R :Descobri de maneira espontânea, escrevendo, escrevendo... Na verdade,Lívia, as pessoas que convivem com a gente, que leem o que escrevemos, às vezes acabam percebendo esse dom e se responsabilizando de atribuir-nos esse título.


14- NATHAN DA SILVA DOS SANTOS (TURMA 901):
a)                  Qual livro mexeu mais com o seu coração?
R: De Literatura, foram vários, os primeiros livros que li em minha adolescência: ”Pássaros Feridos”, um romance de Colleen McCullough, uma autora Australiana, “Eram os Deuses Astronautas”, Erich vonDänikene Khalil Gibran. Aventuras, curiosidades, ciência  e poesia extremamente inspirada era o que atiçava minha procura pela leitura.
b)                 Qual dos seus livros demorou mais para ser criado? Por quê?
R: Não sei te responder Natan, talvez o “Primícias e Releitura”, por compartilhar poemas da menina Ana Néres com 10 anos de idade, e da mulher Ana Néres já na maturidade.


15- IRANILSON L. G. LEITE ( TURMA 901):
a)                  Qual foi a sua reação quando no início da carreira seus poemas começaram a ser reconhecidos?
R: Para mim essa é uma emoção que ainda proporciona o extraordinário frio na barriga. Creio que nesta ocasião presente, é o momento em que mais fui abordada por elogios e acolhimento de leitores que passaram a apreciar minha obra.
b)                 E como foi a publicação do primeiro livro?  Teve algum problema na publicação?
R: Ainda não foi publicado nenhum livro meu Iranilson! Mas em breve será! Meus arquivos estão todos organizados e alguns até prefaciados, trato-os com o carinho especial e espero que não tenha nenhum grande problema quando for editá-los, bem sabendo que são quase inevitáveis, por experiências que me compartilham alguns amigos que já publicaram.

16- GABRIEL DA SILVA (TURMA 901):
a)      Quais das suas obras, a senhora acha que impactou a sua vida?
R: Foi o “Cara e Coroa”, por tê-lo escrito num momento de descobertas e readaptações em minha vida pessoal, e acabei transformando tudo isso em poesia. Um modo que tornou mais agradável à mudança em minha mente, meu corpo e de uma maneira geral em toda minha vida e das pessoas que convivem junto a mim. Foi em “Cara e Coroa”, Gabriel,  acabei por compor meu estilo coexistencialista, realista e também acho que um pouco simbolista.

17-TAUANE EMÍLIA DE SOUZA JACÓ(TURMA 901):
a)                  Qual é o seu poeta preferido?
R: São tantos Tauane. Entre os já consagrados vou citar por regiões geográficas: no mundo é Fernando Pessoa e Pablo Neruda; no Brasil Mário Quintana, Clarice Lispector, entre outros; no Maranhão Ferreira Gullar e José Chagas; em minha cidade, Esperantinópolis, Raimundo Carneiro Corrêa.
Cito ainda alguns poetas que publicam na internet e fora dela que de maneira especial me inspiraram e contribuíram para o fortalecimento de minha poesia: Janete do Carmo (in memorian) Aglaure Martins, Lena Ferreira, Samuel Barrêto.


18- AMANDA DA SILVA FARIA (TURMA 901):
a)      Como você vê a Literatura no Brasil?  Por quê?
R: Nosso país tem uma literatura extraordinariamente rica em estilos e talentos, tanto no decorrer do passado de sua história literária, como agora. Vejo inúmeras criticas aos leitores brasileiros, mas em compensação, nunca se viu a literatura tão divulgada nas redes sociais, sendo assim, será realmente que não temos leitores? E amo essa atual diversificação e proliferação de poetas e escritores de diferentes estilos que conhecemos a cada dia. A meu ver, Amanda, tecnologia é muito bem-vinda no momento atual da literatura brasileira. Amo a literatura fora das academias e bibliotecas, amo essa oportunidade de interação, interpretações, propagação que a virtualidade nos proporciona.

21- RHUAN NEVES DA SILVA (TURMA 902):
a)                  Você gosta do lugar que escolheu para morar? Ele já lhe inspirou um poema?
R:  Moro no lugar em que nasci, Esperantinópolis - MA, Rhuan, e foi uma escolha pessoal permanecer aqui, quando poderia ter ido para qualquer outro lugar. Sim. Já me inspirou uma linda canção poética! E também poemas carregados de críticas sociais.
b)                 Qual é o nome do seu primeiro livro?  E sobre o que trata?
R: Ainda não tenho livro editado, mas o que escrevi dos 8 aos 10 anos de idade, existe apenas um exemplar datilografado, para participar de um festival de literatura em minha cidade, contém dez poemas e chama-se “Minha Primeira Poesia”. São poemas que retratam o universo infantil na candura e inocência, típica das crianças de minha época, pois ainda não éramos bombardeados por informações como as crianças hoje e nossos pensamentos e criatividade eram mais voltados ao mundo do faz de conta, e nos ensinamentos característicos da época, menos críticas que eram nos passadas em casa e na escola. Meu primeiro livro que escolhi par ser publicado em breve será: “Cara e Coroa”


22- STEFANIE FERNANDES GUEDES (TURMA 901):
a)      Como você se sente em ser escritora?  Em coordenar edição de livros?  Ser poeta e escrever livros é muito difícil?
R:Eu me sinto muito à vontade em ser escritora e poetisa, é um ofício de puro prazer e realização. Na coordenação de livros também me realizo, e maior prazer ainda poder levar a poesia de alguém que produziu muito em vida, e não teve oportunidade de publicar, para que ele se torne realmente um imortal com sua obra jamais esquecida. Ser poeta é fácil para quem é poeta Stefane, é como ser criança e gostar de brincar, a poesia flui. Somente às vezes temos que trabalhar mais um pouco para encaixá-la numa forma versificada fixa que são chamados de sonetos, quadras, sextilhas e etc...

b)      O que você pensa sobre a questão de gênero, isto é, a violência contra a mulher?
R:Eu não me considero uma feminista, sei que a mulher é um ser muito especial e peculiar justamente pelas coisas que a diferem do sexo masculino, e justamente por isso deve ser respeitada. E essas diferenças não a impedem de estar lado a lado em inteligência, ações, criatividade, praticidade, pensamento e tudo mais em matéria de cognição que o ser humano possa desenvolver. O Ser Humano: homem e mulher; mulher e homem.

23- THAIS DA SILVA (TURMA 901):
a)                  Com quantos anos você escreveu o seu primeiro livro ou poema?
R: O primeiro poema do qual  tenho registro foi por volta dos 8 anos Thais, “Sou um botãozinho”. O qual já transcrevi  aqui.





25- WALLACE LUCAS DE S. FIGUEIREDO (TURMA 901):
a)      Já teve alguém que você amou muito e quis escrever sobre ele?
R: Sim Walace! Já tive, tenho e terei. Escrevi, escrevo e escreverei. De maneira pessoal ou impessoal sempre escrevi sobre quem amei e amo. Em “Aprendiz”, existem alguns poemas que eu fiz baseado em escritos sobre um amor da adolescência, e os atuais são relacionados ao amor que eu sinto hoje, como também sobre impressões de amores de outras pessoas que observo e acabo absorvendo algumas emoções e transformando-as em poesia.

26- MATHEUS FONSECA (TURMA 607-CMIBO):
a)                  A minha pergunta é, o que você pensa sobre o Feminicídio?
R: É um crime que considero hediondo Matheus, e movido pela mais cruel maldade que existe no homem, assim como todos os crimes praticados covardemente por alguém que não admite que as diferenças entre os seres devam ser considerados normais e respeitadas!
b)                 O que você pensa sobre os escritores brasileiros?  Por quê?
R: O Brasileiro é um povo de criatividade extraordinária, temos uma língua de possibilidades poéticas exuberantes, unindo à criatividade, a imaginação, a miscigenação cultural que gera ideias, personagens e ambientes inimagináveis a matéria prima que é nossa Língua. A Literatura Brasileira pode ser considerada a mais variada e criativa do mundo.

27)VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (Professora de Língua Portuguesa e Produção Textual): Querida escritora ANA NERES PESSOA LIMA GÓIS, desde já, em nome de todo o CIEP BRIZOLÃO 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO-MARAMBAIA-SÃO GONÇALO, o nosso agradecimento: muitíssimo OBRIGADA!
a) A pergunta é:Qual a importância da Mulher Escritora e/ou Musicista nesse Século XXI?  Por quê?
R: A carreira intelectual e artística para a mulher, historicamente sempre foi limitada, lembro-me da história de Hipácia da Alexandria, Hepátia, como é mais conhecida na América Latina, que foi queimada pela acusação de bruxaria, devido ao medo dos governantes da sua excelência em cálculos, filosofia e liderança.  E baseada nesta e em outras histórias, é que não creio numa discriminação somente por acreditarem na incapacidade feminina ou na falta de inteligência criativa da mulher. Creio numa discriminação pelo medo do mundo masculino dividir ou perder o status para o feminino, por ter sido este tido valores culturais e morais enraizados numa sociedade cristã que foi gerada com moldes patriarcais combatidos até pelo próprio Jesus Cristo, mas que continuam sendo mal interpretados até hoje.
Afirmo que a criação artística literária e musical da mulher no Brasil tem um lugar de destaque em nossa história, partindo da fenomenal Chiquinha Gonzaga, e de Maria Firmina dos Reis, primeira mulher brasileira, negra a publicar um romance: “Ursula”, e aqui no Maranhão. A Literatura Brasileira é amálgama das ideias entrelaçadas de homens e mulheres, que seria de nossa leitura sem Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector e Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, entre outras...
Segundo JulioDaio Borges em “A literaturaFeminina Brasileira hoje”:“Na obra“O segundo sexo”, de Simone de Beauvoir, os mitos sobre o feminino são vistos como projeções da fantasia masculina. GerhildReisner lembra os conteúdos reprimidos destes conteúdos e a construção que as escritoras devem empreender para criar seu próprio mundo e identidade, numa sociedade controlada pelos valores patriarcais.”

A importância da quebra de tabus, da exposição da mente criativa feminina sem taxações é uma luta da qual participamos nos tempos atuais, já em instâncias elevadas Vanda Lúcia, desconstruímos a ideia de uma literatura feminina voltada para mulheres, e já temos a literatura feminina feita por mulheres, mas para todos, universalizada, a questão do gênero é só uma nomenclatura atribuída ao sexo do escritor e não à categoria e grupo de leitores!

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