quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EM AULA: ENTREVISTA À ESCRITORA MIA LITTLE, DE "O JARDIM DAS BORBOLETAS"

                                     
BIOGRAFIA:
   MIA LITTLE (pseudônimo):  Escritora brasileira, possui 37 anos e um carisma inigualável. Tem o seu primeiro livro: "O Jardim das Borboletas" como um resgate a "criança", ou seja, a vida. É graduada em psicologia, fala inglês, espanhol e francês.
                                                 


"O jardim das borboletas, de Mia Little, trata-se da recuperação, com uma abordagem prática e de fácil acesso à todos que vivenciaram esta dolorosa experiência do abuso sexual. Mostramos os caminhos que cada um deverá seguir para que consiga lidar de uma forma mais sadia com as seqüelas que a violentação deixa. O tema da recuperação é tratado como prioridade e a percepção dos progressos são de fundamental importância, à medida em que caminhamos rumo às novas descobertas que faremos a nosso respeito. Este é um convite para uma grande aventura, onde nada é sagrado ou inviolável! "


O jardim das borboletas
Scortecci Editora
Auto-ajuda
ISBN 978-85-366-0706-1
Formato 14 x 21 cm - 92 páginas
1ª Edição - Ano 2007



http://www.scortecci.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=3994



    "
‘OS NOSSOS AGRADECIMENTOS A MIA LITTLE, COM UM BEIJO ENORME, DO PROFUNDO DE NOSSOS CORAÇÕES”
                          CIEP BRIZOLÃO 121


Entrevista da escritora Mia Little, autora de “O Jardim das Borboletas”, aos alunos da Turma 901/2011,do CIEP Brizolão 121-MARAMBAIA-SÃOGONÇALO-RJ/BRASIL,  em aula de Língua Portuguesa- Profª  Vanda Lúcia da Costa Salles


1 – Luiz Henrique Lima de Souza:
a)   Você gostou de publicar seu livro e participar da Bienal do Livro de São Paulo em 2010?
b)  O que te inspirou a escrever o livro O Jardim das Borboletas?

ML: Quando iniciei o processo de criação, a minha inspiração veio das pessoas com quem eu já trabalhava , ajudando a dar os primeiros passos rumo a recuperação dos abusos sofridos.

c)    E qual foi a sua intenção?
ML: O meu maior desejo foi o de ajudar às vítimas de abusos sexuais, proporcionando um caminho que as ajudasse a recontruir suas vidas.
2 – Danielli Lúcia dos Reis Louro:
a)   Qual foi a reação dos leitores quando você publicou esse livro contando sua historia de vida?
ML: Inicialmente, sempre há um choque, pois as pessoas que não viveram essa experiência  não falam a respeito. No caso dos meus leitores, das pessoas com quem eu já trabalho, foi como se eu tivesse dado voz a todos eles.
b)  O que levou você para este mundo literário?
ML: Sempre gostei muito de ler! Quando percebi as limitações, em termos literários, nessa área, percebi que poderia contribuir , e muito, levando mais informação sobre este assunto.

c)    Qual seria sua reação como leitora após ler este livro?
ML: Como leitora , inicialmente, como eu sofri a experiência do abuso, me sentiria aliviada ,por saber que alguém teve coragem de falar tão abertamente a respeito do assunto.
3 – Bruna do Nascimento Gonçalves:
a)   A sua família concordou ou incentivou a sua escolha de ser escritora?
ML: Minha família nem sempre apoiou! No início foi tudo feito sem o apoio de ninguém da família. O apoio só surgiu, após a finalização do trabalho.

b)  Qual o seu maior sonho?
ML: Ajudar o máximo de pessoas através do que escrevo, proporcionando um caminho mais leve até sua recuperação.

c)    Você já ganhou algum prêmio?
   

4 – Gabriela Dias:
a)   A partir da sua história real como você acha que poderia ajudar outras pessoas?
ML: Quando vivemos a experiência do abuso, primeiramente, aprendemos os caminhos da recuperação , para que a partir daí, possamos ajudar outras pessoas a percorrer o mesmo caminho, com menos tropeços.


b)  O porquê do titulo do seu livro?
ML: Borboletas me inspiram pela história de sobrevivência e pelo seu desabrochar ao saírem do casulo.
Pensei em pessoas se libertando de histórias tristes e pesadas e passando a ter uma vida plena!


5 – Viviam Cunha:
a)   O Jardim das Borboletas resume sua vida?
ML: Não. É apenas uma pequena parte dela.
b)  O que é ser uma escritora no Brasil de hoje?
ML: O escritor precisa amar o que faz e fazê-lo sem esperar recompensas. Puramente, por amor a literatura e querer contribuir para que haja uma mudança no cenário social.

c)    O que a determinou a escrever e publicar este livro?
ML: O intenso desejo em mostrar às pessoas com histórias semelhantes à minha, de que recuperação é possível e está disponível! Basta querer!
6 – Ingrid Lobo:
a)   Hoje o que mais te motiva a continuar a ser escritora?
ML: Continuar ajudando pessoas.

b)  Qual a importância na sua vida de ter se tornado escritora?
ML: Escrever me ajudou a ver e pensar a vida de outras formas. Me mais trouxe maturidade e sensibilidade no trato com as pessoas, e isso, fez toda diferença em minha vida!

c)    E por que um livro de auto ajuda? Foi intencional?

ML: Foi. Não há muitas literaturas , que abordem esse tema da recuperação no Brasil.

7 – Daniella Mesquita Sabóia:
a)   Qual profissão você exerceria se não fosse escritora?
ML: Professora.

b)  Qual seria o seu maior desejo, enquanto escritora?
ML: Continuar a caminhada...ajudar o maior número de pessoas que puder através de minha literatura e história de vida.

c)    Quem mais você admira nas Letras?
ML: Vinícius de Morais.

8 – Thamires Balbina Andrade Durval:
a)   Qual a importância da Língua Portuguesa em sua vida?
ML: A  Língua Portuguesa me abriu as portas para o mundo, tanto exterior quanto interior.

b)  Qual a emoção de publicar um livro?
ML: É como presenciar o nascimento de um filho! Inigualável,quando você percebe que pode contribuir para mudar a história de vida de muitas pessoas.


c)    O que você prefere: inventar histórias ou contar fatos reais? Por quê?
ML: A ficção não me atrai. Prefiro contar histórias reais , pois isso torna a realidade de quem  lê mais próxima , e muitas vezes, há a identificação com o que relato.
9 – Lorrane Santos:
a)   Como você se sente ao escrever a sua historia?
ML: Escrever a minha história, deu voz a minha criança que fora silenciada por muitos anos. Trouxe vida a mim mesma.

b)  Pensa em escrever outro livro? Sobre o  quê?
ML: Penso em fazer uma reedição do JARDIM DAS BORBOLETAS , sendo que com abordagens novas.

c)    Qual foi a sua maior dificuldade em se tornar escritora?
ML: Creio que é a dificuldade de todos, que são apaixonados pela escrita: o investimento inicial para o projeto.
10- Jéssica Vieira de Carvalho:
a)   Como seus livros podem ajudar aos jovens que desejam iniciar a carreira de escritor? E que conselho daria a eles?
ML: Primeiramente, creio que a literatura em si, alimenta esse desejo de quem quer iniciar  nessa carreira. A minha sugestão é de que leiam o máximo que puderem e queiram muito contribuir para mudar vidas, não somente escrever por escrever, precisam de um objetivo real.

b)  Em algum momento na sua vida você pensou que iria escrever um livro?
ML: No inicio , quando comecei a trabalhar com abuso sexual, não pretendia escrever um livro. O que eu, realmente, desejava era ajudar pessoas. Com o tempo, o desejo nasceu , naturalmente, e a inspiração aliada a anos de experiência com vítimas , também me ajudaram muito a começar a escrever.

c)  Você vendeu bem? Atingiu ao que se propôs?
    ML: O objetivo, como disse, era ajudar pessoas. A proposta do livro, não foi comercial, ou seja, vender livro,mas sim, alcançar pessoas. Praticamente todo material publicado ficou dentro dos grupos de sobreviventes. Essa foi a proposta  desde o inicio.

11- Mariana Ribeiro Fontes:
a)   Você se identifica com alguns dos seus personagens?
     ML: Os personagens retratam também um pouco da minha história de vida e recuperação.

b)  O que o livro “O Jardim das Borboletas” mudou na sua vida?
    ML: O JARDIM DAS BORBOLETAS, mudou o meu modo de pensar e ver a vida, bem como de sentir e ver as pessoas.

c)    Como é ser autora de um livro que trata de um assunto tão “censurado”?
     ML: Ainda hoje, esse assunto , não é falado abertamente, Tratar  desse assunto sempre traz retaliações, contudo, os benefícios ao se ajudar quem precisa, são maiores.
12- Dayanne Isabela R. Cordeiro:
a)   Qual foi a reação da sua família em descobrir em um livro o seu drama pessoal?
     ML: Não é fácil para a família, ter que tratar de um assunto tão delicado e ao mesmo tempo se ver exposta. Ainda assim, é o melhor caminho, tanto para quem viveu o drama do abuso , quanto para a família , que também precisa encarar  a realidade da história.

b)  Você recebeu muitas criticas ao publicar o seu livro?
    ML: Nesse ramo, nunca agradaremos a todos, pois há sempre aqueles que preferem não tocar nesse assunto , e por isso, criticam com o objetivo de calar o autor,

c)    O seu livro já ajudou a alguma pessoa com dependência química?
    ML: Sim. Uma vítima de abuso sexual desenvolve alguns mecanismos de autodestruição , dentre eles a dependência química. Começar a tratar a origem da causa desse mecanismo, automaticamente , trará um nível de consciência maior , acerca da questão da dependência química e fará com que repensem a questão de seu bem estar.  O mais importante é trazer à consciência que precisamos cuidar de nós mesmos, viver para contribuir e nos permitir sermos felizes, independente de nossa história de vida.

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