quinta-feira, 22 de maio de 2014

ENTREVISTA A POETA MARANHENSE DILERCY ADLER AOS ALUNOS DO CIEP 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO- MARAMBAIA-SÃO GONÇALO-RJ










Foto: A poeta Dilercy Adler e netinho




ENTREVISTA A POETA MARANHENSE DILERCY ADLER AOS ALUNOS DO CIEP 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO- MARAMBAIA-SÃO GONÇALO-RJ

1-DIANA M. DE AQUINO (TURMA: 801): a)  O que levou você a ser poeta?

R:A vida, as pessoas, o mundo, tudo que me rodeia e me inspira, me inquieta, me seduz... veja a seguir o que diz essa minha poesia:

POEMA
Dilercy  Adler

No frio e pálido papel
eu me debruço
debulho irrefutavelmente tantos prantos
                                        quanto me custa!

degusto prazerosamente
todos os sabores
que me devassam e afloram
corpo e mente
                     quantos  licores!

 e o papel se enche
transborda vida!...

2- ARIANE B. MOTA DA SILVA (TURMA 801): a) Como você começou a fazer poesia?

R: Desde pequena, mas os primeiros escritos eu não guardava. Na adolescência fiz um caderno de poesia e só aos 41 anos a minha primeira publicação: Crônicas & Poemas Róseos-Gris”, em 1991, São Luís/MA.

3- JÉSSIKA LIANDRO DE SOUZA MELO (TURMA 801): Sua vida sem poesia, como seria?

R: Uma poesia!! A vida de todos nós é poesia!

VI(VENDO) ETERNA(MENTE)

                                    Dilercy  Adler

Se não escreveste um livro
registraste na memória de muita gente
fatos
histórias
conceitos inestimáveis
que foram muito bem assimilados
e serão repassados
para outras gerações
para todo o sempre!

 se não plantaste uma árvore
espalhastes sementes
de ideias
de luzes
que brotam e brotarão frutos vivos
 e férteis na terra!...

se não tiveste um filho
pariste estrelas
luas
mares
adotaste toda a humanidade
em todos os gestos sensíveis
de solidariedade!...

 se não fizeste poesias
contemplaste todos os pores - de- sol
 todas as luas cheias e minguantes
 todas as marés vazantes
que tua vida terrena te permitiu
marcando o teu existir
com traços indeléveis
de amor e de vida que jamais...

b) Quais poesias marcaram sua vida?  Por quê?

R: Não existe uma específica... Eu diria que todas marcaram a minha vida. De fato, a minha vida e a vida das pessoas é que marcam as minhas poesias. Todos os meus livros tem um tema como pano de fundo. Por exemplo: o tema mulher, o envelhecer, o cotidiano, etc.

4- LAYLA MATTOS DE OLIVEIRA (TURMA 801):
 a) Por que escolheu a profissão que tem?

R:1-Eu sou Psicóloga : gosto de buscar entender as pessoas. As relações interpessoais são muito complexas e isso me instiga a estudar e pesquisar;

      2-  Sou também professora: busco mediar conhecimento, cultura, para as pessoas se aprimorarem;
  3-Sou poeta: procuro registrar as dores e os prazeres do mundo humano e do ser humano

INSONDAVELMENTE SENDO
Dilercy  Adler

Conhecer-me como é possível?
se eu mesma
me debato
e desabo toda
se sou arrebatada
e me arrebento inteira
entre dúvidas
desatinos
e "certezas" questionáveis
que me amordaçam
me violentam
me dividem!
conhecer-te
mais difícil ainda ...
eis a insondabilidade do ser humano!
 

b) As pessoas te julgam por ser poeta?

R: Acredito que não. Não sei!... E o que importa é semear boas ideias:

SEME(ANDO)
        Dilercy  Adler

Lavra na terra o sulco da vida
 lavra ideias
lava a “culpa” e o “pecado do mundo”
limpa com ideias
revolve o sumo do inominável
com tuas ideias!  

5- LISLANE DOS SANTOS ALVES VIEIRA (TURMA 801):
 a) Sobre o que gostaria de escrever como algo novo?

R:Qualquer coisa! Pode até ser sobre algo bem familiar ou inusitado. A condição da novidade é dada pelo olhar de quem vê... pelo estado da sua alma, pela sua sensibilidade...


POESIA
Dilercy  Adler

Eu te capto
entre os espigões de concreto
que se afogam
no mar morto do asfalto

eu te vejo
 mesmo na solidão do eco
do salto alto nervoso
apressado

eu te acho
no poço escuro sombrio
do elevador
lento e inabalável

eu só me calo
quando me falas
eu sempre grito
 as tuas dores
mas também digo
os teus prazeres
e ainda bendigo
por me fazeres teu instrumento!

Ou ainda

EU E A POESIA
Dilercy  Adler

Vejo a poesia
no infeliz
que chora...
vejo poesia
na "felicidade de outrora!"

vejo poesia
na elegância
do manequim...
vejo poesia
no palhaço
que desengonça
perto de mim...

vejo poesia
na natureza
vejo poesia
até na minha desgraça
e também na alheia...

vejo poesia em você
vejo poesia em mim 
vejo poesia no tudo
e no nada
sou a própria poesia
personificada! 

6- MAICON DOUGLAS C. DE MELO (TURMA 801):
 a) Quantos livros você já fez? Veja abaixo:.

R; Livros Acadêmicos publicados:

 ALFABETIZAÇÃO & POBREZA: A escola comunitária e suas implicações. São Luís-MA: Estação Produções/2002.
CARL ROGERS NO MARANHÃO: Ensaios Centrados (org.) - São Luís/MA: Estação Produções 2003.
TRATAMIENTO PEDAGÓGICO DE LOS VALORES MORALES: de la comprensión teórica a la práctica consciente -São Luís/MA: Estação Produções,  2005 (1º lançamento em Havana/Cuba).

Publicações Literárias (Livros): “Crônicas & Poemas Róseos-Gris”, em 1991, São Luís/MA; ”Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário”, em 1997, Rio de Janeiro/RJ; “Arte Despida”, São Luís/MA, 1999; “Genesis-IV Livro”, São Luís/MA, 2000; “Cinquenta vezes Dois Mil human(as) idade(s)”; São Luís/MA, 2000 “Seme...ando dez anos”, São Luís/MA, 2001; “Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé...uma história sem fim...”, São Luís/MA, 2005; “Desabafos... flores de plástico... libidos e licores liquidificados”, em 2008, São Luís/MA; “Uma história de Céu e estrelas”, São Luís/MA, 2010; “Poesia feminina: estranha arte de parir palavras, São Luís/MA, 2010”.  TINKUY, Lima –Peru, 2012.
É organizadora da Exposição (poesia e fotografia-100 poemas-posters de 61 poetas maranhenses) e Livro “Circuito de Poesia Maranhense” (1995/1996);
Organização de Coletâneas Poéticas: “LATINIDADE-I, LATINIDADE-II, LATINIDADE III e IV da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão, (1998/2000/2002/2004) “Mil poemas para Gonçalves Dias” e “Sobre Gonçalves Dias” (2013).
b) E qual de seus livros você mais gosta?  Por que?
R;Todos. Mas tenho um carinho especial pelo livro sobre a vida da minha mãe: “Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé...uma história sem fim...” e o de história infantil: “Uma história de Céu e estrelas”, que fiz com os meus dois netos mais velhos: Daniel Victor e João Marcelo.

7- KARINE DE SOUZA E. DA COSTA (TURMA 801):
a) O que você acha dos poetas do Brasil?

R: Temos muitos poetas muito bons, excelentes, o brasileiro tem sensibilidade aguçada. E teríamos mais poetas se a nossa educação oferecesse condições facilitadoras para a criação. A matéria prima da poesia está aí... aqui...ali, em todo lugar.

8- MAXSUEL HENRIQUE NERI DA SILVA (TURMA 801):
a) O que te inspira a fazer poesia?

R: Tudo! A vida, as pessoas, o mundo, tudo que me rodeia e me inspira, me inquieta, me seduz..

b)  Para você o que é poesia?

R: A vida, A vida, as pessoas, o mundo...

9- DAVISON DOS SANTOS (TURMA 801):
 a) Como você se sente quando termina de escrever uma poesia?

R: Leve!Livre! Liberta!!!


LIBERTAÇÃO
    Dilercy Adler

Aprisiono o verbo
       devoro a “carne”
   –pecado humano-
  cerne do desejo
          tresloucado
     do fruto proibido
    insaciavelmente
                  insano!...

aprisiono a dor
     em amargas palavras
               algemadas
        –cárcere privado-
                   esvaziada
         da linguagem erótica ...
                recrio liturgias
                  procissões
              santos e rezas
      que se pretendem assépticos
   e no entanto
              mostram-se
                    contagiam
                          com os seus próprios
                                       venenos
                     exoticamente tóxicos!
aprisiono o amor
         no papel A4
                       que jaz
               na impressora
            do meu computador
                   e digito
                       tácita
           e indolentemente
              cada letra
                     cada sílaba
                            cada sentença
                                 cada cicatriz intensa
                                       da vida
                                    que se expõe
                                           e
                                 ao se mostrar
                            completamente nua
                             sem qualquer reserva
                               se ergue
                                   se levanta
                                       alça vôo
                                           ...se liberta...
                                                  e
                                    me liberta também!!!


b) Você já escreveu uma poesia sobre a sua família?

R:Sim. Todas as minhas filhas, todos os meus netos, meu pai, minha mães, têm poesias e/ou acrósticos. Abaixo duas delas

A MÃO, O BERÇO, O MUNDO
                     A Joana Adler, minha mãe

Dilercy  Adler 

“A mão que embala o berço
é a mão que rege
os caminhos do mundo”
 
quisera que mais mãos
como as tuas houvesse
mãos que nos conduziram com amor
mãos que sempre buscaram relações verdadeiras
mãos tão amigas tão companheiras
que nos valeram sempre nos momentos de dor!
 
quisera que mais mãos
 como as tuas houvesse
mais companheirismo
mais benignidade
 mais justiça e igualdade
 existiriam neste mundo
de tão pouca magnanimidade...
 
“A mão que embala o berço
é a mão que rege
os caminhos do mundo”
 
 
Obrigada mãe por tuas mãos tão sábias
obrigada mãe por teu querer
teu apreço
obrigada mãe  - a ti-
por embalares nossos berços
 obrigada mãe
por teu existir!
 
In: Cinquenta vezes dois mil - humana(s) idade(s) ( 2000, pp. 29-30)
 
VINTE E SETE DE JANEIRO
(para Milena, minha filha e à memória de Francisco Adler,  meu pai )
                                             Dilercy  Adler
Esta é uma data
difícil de dizer
difícil de saber
difícil de viver
e entrever  emoções...
inspira alegria
força que magnetiza
energiza a vida!
 
 inspira saudade
dor que vem da morte
separação de vidas...
 ...o corte! ...
 
inspira amores
 tenros incensos
suspiros de flores campestres
regadas  à chuva de inverno
que sempiterno
dá brotos
dá vida!...
 
inspira cores serenas
opacas estrelas sem brilho
que também brilham distantes
como o cheiro da alfazema
que intenso traz à memória
o feno e a estrebaria
da doce vida do campo...
 
 traz a gélida neblina
vívida na solidão do sonho
traz o inaudível silêncio forte
que vivifica a morte               
 
mas nem sempre foi assim...
 
 ela nasceu um dia
naquele seu aniversário
no qual sol e alegria
maravilhosamente se mesclavam
no qual torpor e magia
contagiavam a vida
muita vida reunida
festa dupla!
 
hoje
 metade é saudade
ele se foi mansamente
ela ficou linda e meiga
exuberante!
 
mas esta data é dos dois
dele e dela
avô e neta
hoje distantes
um do outro
em dois etéreos planeta
e o que fica de eterno
é o elo dourado de vidas
vidas querida
nascidas no mesmo dia!

In: Poematizando o cotidiano ou Pegadas do imaginário ( 1997, pp. 57-58)
 
c) Você já tentou fazer um filme com a sua poesia?

R: Ainda não.

10- MATHEUS LOBO GOMES LEITE (TURMA 801): a) Qual foi um dos seus primeiros poemas que a senhora ficou mais emocionada?

R:É difícil dizer. Mas no meu primeiro livro sobre a mulher tem um que eu gosto muito:

ESPAÇO FEMININO
                Dilercy Adler

Espaço mulher
mulher no espaço
espaçonave espaço cósmico
       cômico espaço...
                          inusitado
das normas
            do corpo
                    do sexo
                 do leite materno
que eterno sangra
do peito
a jorrar a boca a dentro
do homem

b) Qual a importância de ser um poeta?

R: Buscar repostas do mundo humano, buscar compreender os prazeres e as dores do ser humano...  de forma leve... Veja a seguir:

DIFÍCIL VERDADE
Dilercy Adler

Haverá talvez verdades
que fiquem além da linguagem
o que nos faz
seres solitários!

faço esforço sobre-humano
para dizer o que sinto...
...e nem sempre consigo!
faço esforço incrível
para viver o que penso...
...nem sempre é possível!

faço esforço tamanho
para tornar-me clara
e facilmente interpretada
...mas muitas vezes
me flagro diferente
na percepção do outro!

são essas verdades além da palavra
do gesto da expressão
essas verdades não ditas
que nos condenam  a essa insólita
solidão!

 ADLER, 1991, p.103)

11) THAMIRES SOARES DE SOUZA(TURMA 801):
 a) O que procura expressar quando escreve esses seus livros?

R: A vida, as pessoas, as dores e os prazeres humanos.

b) Pensa em viver algo novo?

R: Claro!! A vida é novidade sempre... quer queiramos ou não!! O que acontece é que algumas pessoas se fecham às novidades!!!

12) JULIO CESAR DA ROCHA PACHECO (TURMA 801):
a) Você era sempre determinada a conseguir o que queria?

R: Sim! Sempre fui atrás dos meus sonhos e realizei muitos deles!

b) O que é dar aulas de Graduação e Pós-Graduação?

R: É mediar a construção da criação do conhecimento, como em qualquer grau de ensino.

c) Alguém já zombou de você pelos seus sonhos?

R: Não!Se o fez não percebi... talvez não me interesse!!!

13- JHONNATA HENRIQUE (TURMA 801):
 a) Como você conseguiu ter várias profissões?

R: É que temos várias vocações e eu privilegiei algumas delas, mas em alguns momentos da minha vida, uma ou outra se impunha mais.

b) Qual é o seu modo de mostrar o seu poema para o mundo?

R: Divulgação comum: lançamentos (presencial) pela internet que hoje é uma ferramenta fabulosa!!!

14- LIVIA SÁ LIMA (TURMA 901): a) Como você descobriu esse dom de escritor(a)?

R:Deixei fluir  (minhas condições subjetivas ) e tive as condições materiais necessárias (pessoas, contatos, condições objetivas) e as aproveitei, não deixei passar...

ALMA DE POETA I
Dilercy Adler

Que alma é essa
que habita o meu o corpo
irrequieta aventureira
... como contê-la?

que alma é essa
estranha ao meu corpo
que entranha insinuante
inconformada
com toda essa realidade
reprimidamente
“bem comportada”?

que alma é essa
tão infatigável
apaixonadamente volúvel
que habita um corpo de poeta
- o meu corpo –
de vida tão curta
tão previsível
tão limitada!




ALMA DE POETA II
Dilercy Adler

Alma poeta
lapida espinhos
lustra cascalhos
esgrima lágrimas
- tão sentidas
quanto humanas –
e chora poemas
em temas e temas
e teimas incontidas
do mais puro amor!



15- NATHAN DA SILVA DOS SANTOS (TURMA 901):
a)      Qual livro mexeu mais com o seu coração?
R:O da minha mãe e o que eu fiz com os meus dois netos mais velhos (tenho sete)

b) Qual dos seus livros demorou mais para se fazer?

R: Eles todos duraram um tempo médio. Antes de publicar o primeiro livro de poesia eu já tinha 4  (quatro) livros prontos e tive que escolher o primeiro, o  que foi uma difícil escolha , mas terminei me decidindo por aquele cujo tema é “o feminino... o feminino em todos os seus modos de ser mulher”

16- IRANILSON L. G. LEITE ( TURMA 901): a) Qual foi a sua reação quando no início da carreira seus poemas começaram a ser reconhecido?

R: É muito gratificante!! É sensacional quando aquilo que você faz com toda dedicação e cuidadoé valorizado pelo seu coletivo. O contrário é muito desalentador!!!

b) E como foi a publicação do primeiro livro?  Teve algum problema na publicação?

R: Tenho um irmão que é empresário, Carlos Alberto e ele me presenteou com a publicação do meu primeiro livro. E a partir desse livro entrei em contato com outros poetas e fui me entusiasmando para publicar mais e mais... Ele (o meu irmão) foi muito importante na minha vida literária, porque sem sabermos (ele e eu) naquele momento eu estava rompendo barreiras, vencendo o medo  e buscando socializar o meu trabalho, entrando em contato com o mundo da produção. O que a gente não divulga, não registra, em palavras e imagens se perde e isso é muito triste e empobrecedor para o coletivo humano.
O lançamento do primeiro livro teve a participação de uma artista plástica que só pintava mulheres (na época), então pedi que ela escolhesse algumas poesias para pintar telas dessas poesias escolhidas. E ficou lindo! Fizemos juntas o lançamento e a exposição das telas, telas lindas e todas elas tinham os nomes das poesias. E uma delas tinha o meu nome: “DILERCYANDO-SE “
Em retribuição  fiz uma poesia para ela (também publicada no livro). O nome dela é Marlene Barros e veja a poesia a seguir:

MARLENES

(ela me pôs em tela
aqui a ponho em versos)
Dilercy Adler

A mulher é linda
seja ela branca
negra amarela
ou índia!

lá estão elas
nas telas
em rostos ou pernas
vestidas ou não
belas mulheres
diafanamente belas
traçadas com encanto
e talento
uma a uma
todas elas
pintadas por ela
tão somente ela
MARLENE
linda mulher
que perene
se faz em telas!

17- GABRIEL DA SILVA (TURMA 901):
  a) Qual das sua obras, a senhora acha que impactou a sua vida?

R:Todas! São como filhos e todos são importantes e muito amados e amadas.

18-TAUANE EMÍLIA DE SOUZA JACÓ(TURMA 802):
a) Qual é o seu poeta preferido?

R: São vários, não dá para nomear. Mas recentemente fizemos uma grande obra homenageando Gonçalves Dias, a qual tem a participação da professora de vocês e o nosso contato começou nesse evento.

19- CARLOS ALEXANDRE DA S. B. GARCIA (TURMA 802):
a)  O que você acha da Educação Brasileira?  O que você aconselharia a Secretaria de Educação para melhorá-la?

R:Não se pode negar que mais pessoas hoje têm acesso à educação escolarizada, mas é necessário trabalhar pela qualidade desse ensino. Além disso, mesmo o quantitativo ainda não é suficiente para atender à demanda. As Secretarias de Educação sabem o que fazer... O que falta é vontade política do nosso governo, em todas as esferas, para implementação das estratégias necessárias e adequadas à cada situação e contexto.

20- AMANDA DA SILVA FARIA (TURMA 802):
 a) O que você acha de seu Estado? 

R; É um Estado grande territorialmente falando, rico de bens naturais e de pessoas com potencial para a produção em todas as áreas tanto de mercado como do saber, mas em contrapartida os políticos que o governaram até hoje pensaram mais nos seus próprios  interesses  do que no interesse público, do coletivo.

21- RHUAN NEVES DA SILVA (TURMA 802):
a) Você gosta do lugar que escolheu para morar? Ele já lhe inspirou um poema?

R: Sim tenho um poema recente do lugar que vivo (na praia) há 4 (quatro) anos. Mas tenho outro (do apto que eu vivia anteriormente) que começo assim:” Da janela do meu apartamento.... A poesia do apartamento atual é a que segue:

SOLIDÃO CARTÃO POSTAL

Eu vivo num cartão postal
      de marés
          de luas
             de palmas ao vento!...

eu vivo num cartão postal
    de areias
        de ventos
           que carregam dunas
   em seus braços
para espaços inimagináveis!...

eu vivo num cartão postal
             de paz
                 de amor
                    de    muita solidão
                           doce solidão !...

 se alguém chega
      querendo entrar
o cartão postal se desfaz
        e não  me deixa ficar!...


22- STEPHANY C. DOS SANTOS (TURMA 802):
 a) Qual é o nome do seu primeiro livro?  E sobre o que trata?

R: O meu primeiro livro é o “Crônicas & Poemas Róseos-Gris”, em 1991, São Luís/MA. Trata do jeito feminino de ser. Mas ao falar da mulher necessariamente fala-se do homem também. E o nome se inspira nas cores: Azul e Rosa (masculino e feminino, respectivamente) e a proposta é uma única cor simbolizando o respeito à condição humana de todos independente do gênero.

23- STEFANIE FERNANDES GUEDES (TURMA 802): a) Como você se sente em ser escritora?  Em coordenar edição de livros?  Ser poeta e escrever livro é muito difícil?

R: Um ser comum... uma mulher comum... Diz Maslow, psicólogo: as pessoas consideradas extraordinárias, na realidade são pessoas comuns, é que delas nada foi tirado. O importante não é ser extraordinário é procurar ser pleno!

POETA MULHER
Dilercy Adler

Não sou um gênio do século
não sou o salvador do universo
não sou a virgem imaculada
nem sou tampouco o diabo perverso...

não sou o amor do avesso
nem sou o ódio tresloucado
não sou o melhor
nem o pior...

sou uma poeta mulher
que escreve prantos em rimas
e derrama poetas de amor
pelo planeta!...





24- THAIS DA SILVA (TURMA 802):
a) Com quantos anos você escreveu o seu primeiro livro ou poema?

R: O primeiro poema, não sei dizer... não lembro..., mas o período foi adolescência...
 O primeiro livro: quando tinha  41 anos fiz a minha primeira publicação.

25- WALLACE  LUCAS DE S. FIGUEIREDO (TURMA 802): 
a) Já teve alguém que você amou muito e quis escrever sobre ele?

R: Sim. Todas as minhas filhas e netos tem acróstico e alguns poesias, a minha mãe meu pai também e alguns parceiros românticos também ganharam poesias.

26- MATHEUS FONSECA (TURMA 607-CMIBO): a)  Gostei muito do poema “ Meu Cálice”, ele é muito bom, e fez a aula ficar muito boa: a minha pergunta é, o que você pensa sobre o Feminicídio? 

R: Sou a favor da VIDA em todos os sentidos... VIDA PLENA!...Vida física, vida material, vida política, vida amorosa, vida sexual de todos os seres humanos, independente de gênero!!

b) O que você pensa sobre a mulher brasileira?  Por quê?

R:Dizem que a mulher brasileira é muito bonita, de fato é elegante. E também é inteligente, participativa e a mulher tem buscado ocupar o seu espaço na nossa sociedade brasileira.

Meu Agradecimento

Obrigada pela entrevista, por oportunizarem a mim, este contato com vocês e por me fazerem lembrar, buscar, organizar coisas sobre mim, que sem essas “provocações” de vocês eu não o teria feito neste momento.
Quero agradecer à professora Vanda Salles, por me incluir entre as autoras pesquisadas, o que muito me honra e parabenizá-la também, pela brilhante e necessária iniciativa de incentivar a pesquisa e a construção do conhecimento na sala de aula de forma prazerosa e eficaz e, quero ainda, oferecer a todos a poesia a seguir, como forma estímulo à resistência ao medo e à dor e fazer valer a fé, a esperança e o amor!

RESISTÊNCIA
Dilercy  Adler

O silêncio do cosmos
me apavora!
a solidão da nova era
me desespera!
a impossibilidade
de tanto amor profícuo
me deplora!
a renúncia
à revolução necessária
me deprime!

o júbilo
da felicidade desejada
ainda espero
a fé nos homens
ainda persiste
o amor à vida
ainda vive
a esperança
ainda resiste ...





                 ... O NOSSO AGRADECIMENTO, Ó POETA!!!

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