Foto: A poeta Dilercy Adler e netinho
ENTREVISTA A POETA MARANHENSE
DILERCY ADLER AOS ALUNOS DO CIEP 121- PROFESSOR JOADÉLIO CODEÇO- MARAMBAIA-SÃO
GONÇALO-RJ
1-DIANA M. DE
AQUINO (TURMA: 801): a) O que levou você
a ser poeta?
R:A vida, as
pessoas, o mundo, tudo que me rodeia e me inspira, me inquieta, me seduz...
veja a seguir o que diz essa minha poesia:
POEMA
Dilercy Adler
Dilercy Adler
No frio e pálido papel
eu me debruço
debulho irrefutavelmente tantos prantos
quanto me custa!
degusto prazerosamente
todos os sabores
que me devassam e afloram
corpo e mente
quantos licores!
e o papel se enche
transborda vida!...
2- ARIANE B. MOTA
DA SILVA (TURMA 801): a) Como você começou a fazer poesia?
R: Desde pequena,
mas os primeiros escritos eu não guardava. Na adolescência fiz um caderno de
poesia e só aos 41 anos a minha primeira publicação:
Crônicas & Poemas Róseos-Gris”, em 1991, São Luís/MA.
3- JÉSSIKA LIANDRO
DE SOUZA MELO (TURMA 801): Sua vida sem poesia, como seria?
R: Uma poesia!! A
vida de todos nós é poesia!
VI(VENDO)
ETERNA(MENTE)
Dilercy
Adler
Se não escreveste um livro
registraste na memória de muita gente
fatos
histórias
conceitos
inestimáveis
que foram muito bem assimilados
e serão repassados
para outras gerações
para todo o sempre!
se não
plantaste uma árvore
espalhastes sementes
de ideias
de luzes
que brotam e brotarão frutos vivos
e férteis na terra!...
se não tiveste um filho
pariste estrelas
luas
mares
adotaste toda a humanidade
em todos os gestos sensíveis
de
solidariedade!...
se não
fizeste poesias
contemplaste todos os pores - de- sol
todas as luas cheias e minguantes
todas as marés vazantes
que tua vida terrena te permitiu
marcando o teu existir
com traços indeléveis
de amor e de vida que jamais...
b) Quais poesias marcaram sua vida? Por quê?
R: Não existe uma específica... Eu diria que
todas marcaram a minha vida. De fato, a minha vida e a vida das pessoas é que
marcam as minhas poesias. Todos os meus livros tem um tema como pano de fundo.
Por exemplo: o tema mulher, o envelhecer, o cotidiano, etc.
4- LAYLA MATTOS DE OLIVEIRA (TURMA 801):
a) Por
que escolheu a profissão que tem?
R:1-Eu sou Psicóloga : gosto de buscar
entender as pessoas. As relações interpessoais são muito complexas e isso me
instiga a estudar e pesquisar;
2- Sou também professora: busco
mediar conhecimento, cultura, para as pessoas se aprimorarem;
3-Sou
poeta: procuro registrar as dores e os prazeres do mundo humano e do ser humano
INSONDAVELMENTE
SENDO
Dilercy Adler
Dilercy Adler
Conhecer-me como é possível?
se eu mesma
me debato
e desabo toda
se sou arrebatada
e me arrebento inteira
entre dúvidas
desatinos
e "certezas" questionáveis
que me amordaçam
me violentam
me dividem!
conhecer-te
mais difícil ainda ...
eis a insondabilidade do ser humano!
b) As pessoas te julgam por ser poeta?
R: Acredito que
não. Não sei!... E o que importa é semear boas ideias:
SEME(ANDO)
Dilercy Adler
Lavra na terra o
sulco da vida
lavra ideias
lava a “culpa” e o “pecado do mundo”
limpa com ideias
revolve o sumo do inominável
com tuas ideias!
lavra ideias
lava a “culpa” e o “pecado do mundo”
limpa com ideias
revolve o sumo do inominável
com tuas ideias!
5- LISLANE DOS
SANTOS ALVES VIEIRA (TURMA 801):
a) Sobre o que gostaria de escrever como algo
novo?
R:Qualquer coisa!
Pode até ser sobre algo bem familiar ou inusitado. A condição da novidade é
dada pelo olhar de quem vê... pelo estado da sua alma, pela sua
sensibilidade...
Dilercy Adler
Eu te capto
entre os espigões de concreto
que se afogam
no mar morto do asfalto
eu te vejo
mesmo
na solidão do eco
do salto alto nervoso
apressado
eu te acho
no poço escuro sombrio
do elevador
lento e inabalável
eu só me calo
quando me falas
eu sempre grito
as tuas
dores
mas também digo
os teus prazeres
e ainda bendigo
por me fazeres teu instrumento!
Ou ainda
Dilercy Adler
Vejo a poesia
no infeliz
que chora...
vejo poesia
na "felicidade de outrora!"
vejo poesia
na elegância
do manequim...
vejo poesia
no palhaço
que desengonça
perto de mim...
vejo poesia
na natureza
vejo poesia
até na minha desgraça
e também na alheia...
vejo poesia em você
vejo poesia em mim
vejo poesia no tudo
e no nada
sou a própria poesia
personificada!
6- MAICON DOUGLAS C. DE MELO (TURMA 801):
a)
Quantos livros você já fez? Veja abaixo:.
R; Livros Acadêmicos publicados:
ALFABETIZAÇÃO & POBREZA: A escola
comunitária e suas implicações. São Luís-MA: Estação
Produções/2002.
CARL ROGERS NO MARANHÃO:
Ensaios Centrados (org.) - São Luís/MA: Estação Produções 2003.
TRATAMIENTO
PEDAGÓGICO DE LOS VALORES MORALES: de la comprensión teórica a la práctica
consciente -São Luís/MA: Estação Produções,
2005 (1º lançamento em Havana/Cuba).
Publicações Literárias (Livros): “Crônicas & Poemas
Róseos-Gris”, em 1991, São Luís/MA; ”Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do
Imaginário”, em 1997, Rio de Janeiro/RJ; “Arte Despida”, São Luís/MA, 1999;
“Genesis-IV Livro”, São Luís/MA, 2000; “Cinquenta vezes Dois Mil human(as)
idade(s)”; São Luís/MA, 2000 “Seme...ando dez anos”, São Luís/MA, 2001; “Joana
Aragão Adler: uma história de amor e de fé...uma história sem fim...”, São
Luís/MA, 2005; “Desabafos... flores de
plástico... libidos e licores liquidificados”, em 2008, São Luís/MA; “Uma
história de Céu e estrelas”, São Luís/MA, 2010; “Poesia feminina:
estranha arte de parir palavras, São Luís/MA, 2010”. TINKUY, Lima –Peru, 2012.
É organizadora da Exposição
(poesia e fotografia-100 poemas-posters de 61 poetas maranhenses) e Livro
“Circuito de Poesia Maranhense” (1995/1996);
Organização de Coletâneas
Poéticas: “LATINIDADE-I, LATINIDADE-II, LATINIDADE III e IV da Sociedade de
Cultura Latina do Estado do Maranhão, (1998/2000/2002/2004) “Mil poemas para
Gonçalves Dias” e “Sobre Gonçalves Dias” (2013).
b) E qual de seus livros você mais gosta? Por que?
R;Todos. Mas tenho um carinho especial pelo
livro sobre a vida da minha mãe: “Joana Aragão Adler:
uma história de amor e de fé...uma história sem fim...” e o de história
infantil: “Uma história de
Céu e estrelas”, que fiz com os meus dois netos mais velhos: Daniel
Victor e João Marcelo.
7- KARINE DE SOUZA E. DA COSTA (TURMA 801):
a) O que você acha dos poetas do Brasil?
R: Temos muitos poetas muito bons, excelentes,
o brasileiro tem sensibilidade aguçada. E teríamos mais poetas se a nossa
educação oferecesse condições facilitadoras para a criação. A matéria prima da
poesia está aí... aqui...ali, em todo lugar.
8- MAXSUEL HENRIQUE NERI DA SILVA (TURMA 801):
a) O que te inspira a fazer poesia?
R: Tudo! A vida, as pessoas, o mundo, tudo que
me rodeia e me inspira, me inquieta, me seduz..
b) Para
você o que é poesia?
R: A vida, A vida, as pessoas, o mundo...
9- DAVISON DOS SANTOS (TURMA 801):
a) Como
você se sente quando termina de escrever uma poesia?
R: Leve!Livre! Liberta!!!
LIBERTAÇÃO
Dilercy Adler
Aprisiono o verbo
devoro a “carne”
–pecado humano-
cerne
do desejo
tresloucado
do
fruto proibido
insaciavelmente
insano!...
aprisiono a dor
em
amargas palavras
algemadas
–cárcere privado-
esvaziada
da linguagem erótica ...
recrio liturgias
procissões
santos e rezas
que se pretendem assépticos
e no
entanto
mostram-se
contagiam
com os seus próprios
venenos
exoticamente tóxicos!
aprisiono o amor
no papel A4
que jaz
na impressora
do meu computador
e digito
tácita
e indolentemente
cada letra
cada sílaba
cada sentença
cada cicatriz intensa
da vida
que se
expõe
e
ao se mostrar
completamente nua
sem qualquer
reserva
se ergue
se levanta
alça vôo
...se liberta...
e
me liberta
também!!!
b) Você já escreveu uma poesia sobre a sua
família?
R:Sim. Todas as minhas filhas, todos os meus
netos, meu pai, minha mães, têm poesias e/ou acrósticos. Abaixo duas delas
A MÃO, O BERÇO, O
MUNDO
A Joana Adler, minha mãe
Dilercy
Adler
“A mão que embala o berço
é a mão que rege
os caminhos do mundo”
quisera que mais mãos
como as tuas houvesse
mãos que nos conduziram com amor
mãos que sempre buscaram relações verdadeiras
mãos tão amigas tão companheiras
que nos valeram sempre nos momentos de dor!
quisera que mais mãos
como as tuas houvesse
mais companheirismo
mais benignidade
mais justiça e igualdade
existiriam neste mundo
de tão pouca magnanimidade...
“A mão que embala o berço
é a mão que rege
os caminhos do mundo”
Obrigada mãe por tuas mãos tão sábias
obrigada mãe por teu querer
teu apreço
obrigada mãe - a ti-
por embalares nossos berços
obrigada mãe
por teu existir!
In: Cinquenta vezes dois mil - humana(s) idade(s) ( 2000,
pp. 29-30)
VINTE E SETE DE
JANEIRO
(para Milena,
minha filha e à memória de Francisco Adler, meu pai )
Dilercy
Adler
Esta é uma data
difícil de dizer
difícil de saber
difícil de viver
e entrever emoções...
inspira alegria
força que magnetiza
energiza a vida!
inspira saudade
dor que vem da morte
separação de vidas...
...o corte! ...
inspira amores
tenros incensos
suspiros de flores campestres
regadas à chuva de inverno
que sempiterno
dá brotos
dá vida!...
inspira cores serenas
opacas estrelas sem brilho
que também brilham distantes
como o cheiro da alfazema
que intenso traz à memória
o feno e a estrebaria
da doce vida do campo...
traz a gélida neblina
vívida na solidão do sonho
traz o inaudível silêncio forte
que vivifica a
morte
mas nem sempre foi assim...
ela nasceu um dia
naquele seu aniversário
no qual sol e alegria
maravilhosamente se mesclavam
no qual torpor e magia
contagiavam a vida
muita vida reunida
festa dupla!
hoje
metade é saudade
ele se foi mansamente
ela ficou linda e meiga
exuberante!
mas esta data é dos dois
dele e dela
avô e neta
hoje distantes
um do outro
em dois etéreos planeta
e o que fica de eterno
é o elo dourado de vidas
vidas querida
nascidas no mesmo dia!
In: Poematizando o cotidiano ou Pegadas do imaginário (
1997, pp. 57-58)
c) Você já tentou fazer um filme com a sua
poesia?
R: Ainda não.
10- MATHEUS LOBO GOMES LEITE (TURMA 801): a)
Qual foi um dos seus primeiros poemas que a senhora ficou mais emocionada?
R:É difícil dizer. Mas no meu primeiro livro
sobre a mulher tem um que eu gosto muito:
ESPAÇO FEMININO
Dilercy Adler
Espaço
mulher
mulher
no espaço
espaçonave
espaço cósmico
cômico espaço...
inusitado
das
normas
do corpo
do sexo
do leite materno
que
eterno sangra
do
peito
a
jorrar a boca a dentro
do homem
b) Qual a
importância de ser um poeta?
R: Buscar repostas do mundo
humano, buscar compreender os prazeres e as dores do ser humano... de forma leve... Veja a seguir:
DIFÍCIL VERDADE
Dilercy Adler
Dilercy Adler
Haverá talvez verdades
que fiquem além da linguagem
o que nos faz
seres solitários!
faço esforço sobre-humano
para dizer o que sinto...
...e nem sempre consigo!
faço esforço
incrível
para viver o que penso...
...nem sempre é possível!
faço esforço tamanho
para tornar-me clara
e facilmente interpretada
...mas muitas vezes
me flagro diferente
na percepção do outro!
são essas verdades além da palavra
do gesto da expressão
essas verdades não ditas
que nos condenam a essa insólita
solidão!
para viver o que penso...
...nem sempre é possível!
faço esforço tamanho
para tornar-me clara
e facilmente interpretada
...mas muitas vezes
me flagro diferente
na percepção do outro!
são essas verdades além da palavra
do gesto da expressão
essas verdades não ditas
que nos condenam a essa insólita
solidão!
ADLER, 1991, p.103)
11) THAMIRES SOARES DE SOUZA(TURMA 801):
a) O
que procura expressar quando escreve esses seus livros?
R: A vida, as pessoas, as dores e os prazeres
humanos.
b) Pensa em viver algo novo?
R: Claro!! A vida é novidade sempre... quer
queiramos ou não!! O que acontece é que algumas pessoas se fecham às
novidades!!!
12) JULIO CESAR DA ROCHA PACHECO (TURMA 801):
a) Você era sempre determinada a conseguir o
que queria?
R: Sim! Sempre fui atrás dos meus sonhos e
realizei muitos deles!
b) O que é dar aulas de Graduação e
Pós-Graduação?
R: É mediar a construção da criação do
conhecimento, como em qualquer grau de ensino.
c) Alguém já zombou de você pelos seus sonhos?
R: Não!Se o fez não percebi... talvez não me
interesse!!!
13- JHONNATA HENRIQUE (TURMA 801):
a) Como
você conseguiu ter várias profissões?
R: É que temos várias vocações e eu
privilegiei algumas delas, mas em alguns momentos da minha vida, uma ou outra
se impunha mais.
b) Qual é o seu modo de mostrar o seu poema
para o mundo?
R: Divulgação comum: lançamentos (presencial)
pela internet que hoje é uma ferramenta fabulosa!!!
14- LIVIA SÁ LIMA (TURMA 901): a) Como você
descobriu esse dom de escritor(a)?
R:Deixei fluir
(minhas condições subjetivas ) e tive as condições materiais necessárias
(pessoas, contatos, condições objetivas) e as aproveitei, não deixei passar...
ALMA DE POETA I
Dilercy Adler
Que alma é essa
que habita o meu
o corpo
irrequieta
aventureira
... como
contê-la?
que alma é essa
estranha ao meu
corpo
que entranha
insinuante
inconformada
com toda essa
realidade
reprimidamente
“bem
comportada”?
que alma é essa
tão infatigável
apaixonadamente
volúvel
que habita um
corpo de poeta
- o meu corpo –
de vida tão
curta
tão previsível
tão limitada!
ALMA DE POETA II
Dilercy Adler
Alma poeta
lapida espinhos
lustra cascalhos
esgrima lágrimas
- tão sentidas
quanto humanas –
e chora poemas
em temas e temas
e teimas
incontidas
do mais puro
amor!
15- NATHAN DA SILVA DOS SANTOS (TURMA 901):
a)
Qual livro mexeu mais com o seu coração?
R:O da minha mãe e o que eu fiz com os meus
dois netos mais velhos (tenho sete)
b) Qual dos seus livros demorou mais para se
fazer?
R: Eles todos duraram um tempo médio. Antes de
publicar o primeiro livro de poesia eu já tinha 4 (quatro) livros prontos e tive que escolher o
primeiro, o que foi uma difícil escolha
, mas terminei me decidindo por aquele cujo tema é “o feminino... o feminino em
todos os seus modos de ser mulher”
16- IRANILSON L. G. LEITE ( TURMA 901): a)
Qual foi a sua reação quando no início da carreira seus poemas começaram a ser
reconhecido?
R: É muito gratificante!! É sensacional quando
aquilo que você faz com toda dedicação e cuidadoé valorizado pelo seu coletivo.
O contrário é muito desalentador!!!
b) E como foi a publicação do primeiro
livro? Teve algum problema na
publicação?
R: Tenho um irmão que é empresário, Carlos
Alberto e ele me presenteou com a publicação do meu primeiro livro. E a partir
desse livro entrei em contato com outros poetas e fui me entusiasmando para
publicar mais e mais... Ele (o meu irmão) foi muito importante na minha vida
literária, porque sem sabermos (ele e eu) naquele momento eu estava rompendo
barreiras, vencendo o medo e buscando
socializar o meu trabalho, entrando em contato com o mundo da produção. O que a
gente não divulga, não registra, em palavras e imagens se perde e isso é muito
triste e empobrecedor para o coletivo humano.
O lançamento do primeiro livro teve a
participação de uma artista plástica que só pintava mulheres (na época), então
pedi que ela escolhesse algumas poesias para pintar telas dessas poesias
escolhidas. E ficou lindo! Fizemos juntas o lançamento e a exposição das telas,
telas lindas e todas elas tinham os nomes das poesias. E uma delas tinha o meu
nome: “DILERCYANDO-SE “
Em retribuição
fiz uma poesia para ela (também publicada no livro). O nome dela é
Marlene Barros e veja a poesia a seguir:
MARLENES
(ela me
pôs em tela
aqui a
ponho em versos)
Dilercy Adler
A
mulher é linda
seja
ela branca
negra
amarela
ou
índia!
lá
estão elas
nas
telas
em
rostos ou pernas
vestidas
ou não
belas
mulheres
diafanamente
belas
traçadas
com encanto
e
talento
uma a
uma
todas
elas
pintadas
por ela
tão
somente ela
MARLENE
linda
mulher
que
perene
se faz
em telas!
17- GABRIEL DA SILVA (TURMA 901):
a) Qual das sua obras, a senhora acha que
impactou a sua vida?
R:Todas! São como filhos e todos são
importantes e muito amados e amadas.
18-TAUANE EMÍLIA DE SOUZA JACÓ(TURMA 802):
a) Qual é o seu poeta preferido?
R: São vários, não dá para nomear. Mas recentemente
fizemos uma grande obra homenageando Gonçalves Dias, a qual tem a participação
da professora de vocês e o nosso contato começou nesse evento.
19- CARLOS ALEXANDRE DA S. B. GARCIA (TURMA
802):
a) O
que você acha da Educação Brasileira? O
que você aconselharia a Secretaria de Educação para melhorá-la?
R:Não se pode negar que mais pessoas hoje têm
acesso à educação escolarizada, mas é necessário trabalhar pela qualidade desse
ensino. Além disso, mesmo o quantitativo ainda não é suficiente para atender à
demanda. As Secretarias de Educação sabem o que fazer... O que falta é vontade
política do nosso governo, em todas as esferas, para implementação das
estratégias necessárias e adequadas à cada situação e contexto.
20- AMANDA DA SILVA FARIA (TURMA 802):
a) O
que você acha de seu Estado?
R; É um Estado grande territorialmente
falando, rico de bens naturais e de pessoas com potencial para a produção em
todas as áreas tanto de mercado como do saber, mas em contrapartida os
políticos que o governaram até hoje pensaram mais nos seus próprios interesses
do que no interesse público, do coletivo.
21- RHUAN NEVES DA SILVA (TURMA 802):
a) Você gosta do lugar que escolheu para
morar? Ele já lhe inspirou um poema?
R: Sim tenho um poema recente do lugar que
vivo (na praia) há 4 (quatro) anos. Mas tenho outro (do apto que eu vivia
anteriormente) que começo assim:” Da janela do meu apartamento.... A poesia do
apartamento atual é a que segue:
SOLIDÃO
CARTÃO POSTAL
Eu vivo num cartão postal
de
marés
de luas
de palmas ao vento!...
eu vivo num cartão postal
de
areias
de ventos
que carregam dunas
em
seus braços
para espaços inimagináveis!...
eu vivo num cartão postal
de paz
de amor
de muita solidão
doce solidão !...
se
alguém chega
querendo entrar
o cartão postal se desfaz
e não me deixa ficar!...
22- STEPHANY C. DOS
SANTOS (TURMA 802):
a) Qual é o nome do seu primeiro livro? E sobre o que trata?
R: O meu primeiro
livro é o “Crônicas & Poemas Róseos-Gris”, em
1991, São Luís/MA. Trata do jeito feminino de ser. Mas ao falar da mulher
necessariamente fala-se do homem também. E o nome se inspira nas cores: Azul e
Rosa (masculino e feminino, respectivamente) e a proposta é uma única cor
simbolizando o respeito à condição humana de todos independente do gênero.
23- STEFANIE
FERNANDES GUEDES (TURMA 802): a) Como você se sente em ser escritora? Em coordenar edição de livros? Ser poeta e escrever livro é muito difícil?
R: Um ser comum...
uma mulher comum... Diz Maslow, psicólogo: as pessoas consideradas
extraordinárias, na realidade são pessoas comuns, é que delas nada foi tirado.
O importante não é ser extraordinário é procurar ser pleno!
POETA MULHER
Dilercy Adler
Não sou um gênio do século
não sou o salvador do universo
não sou a virgem imaculada
nem sou tampouco o diabo perverso...
não sou o amor do avesso
nem sou o ódio tresloucado
não sou o melhor
nem o pior...
sou uma poeta mulher
que escreve prantos em rimas
e derrama poetas de amor
pelo planeta!...
24- THAIS DA SILVA (TURMA 802):
a) Com quantos anos você escreveu o seu
primeiro livro ou poema?
R: O primeiro poema, não sei dizer... não
lembro..., mas o período foi adolescência...
O
primeiro livro: quando tinha 41 anos fiz
a minha primeira publicação.
25- WALLACE
LUCAS DE S. FIGUEIREDO (TURMA 802):
a) Já teve alguém que você amou muito e quis
escrever sobre ele?
R: Sim. Todas as minhas filhas e netos tem
acróstico e alguns poesias, a minha mãe meu pai também e alguns parceiros
românticos também ganharam poesias.
26- MATHEUS FONSECA (TURMA 607-CMIBO): a) Gostei muito do poema “ Meu Cálice”, ele é
muito bom, e fez a aula ficar muito boa: a minha pergunta é, o que você pensa
sobre o Feminicídio?
R: Sou a favor da VIDA em todos os sentidos... VIDA
PLENA!...Vida física, vida material, vida política, vida amorosa, vida
sexual de todos os seres humanos, independente de gênero!!
b) O que você pensa sobre a mulher
brasileira? Por quê?
R:Dizem
que a mulher brasileira é muito bonita, de fato é elegante. E também é
inteligente, participativa e a mulher tem buscado ocupar o seu espaço na nossa
sociedade brasileira.
Meu
Agradecimento
Obrigada pela
entrevista, por oportunizarem a mim, este contato com vocês e por me fazerem
lembrar, buscar, organizar coisas sobre mim, que sem essas “provocações” de
vocês eu não o teria feito neste momento.
Quero agradecer
à professora Vanda Salles, por me incluir entre as autoras pesquisadas, o que
muito me honra e parabenizá-la também, pela brilhante e necessária iniciativa
de incentivar a pesquisa e a construção do conhecimento na sala de aula de
forma prazerosa e eficaz e, quero ainda, oferecer a todos a poesia a seguir, como
forma estímulo à resistência ao medo e à dor e fazer valer a fé, a esperança e
o amor!
RESISTÊNCIA
Dilercy Adler
O
silêncio do cosmos
me
apavora!
a
solidão da nova era
me
desespera!
a
impossibilidade
de
tanto amor profícuo
me
deplora!
a
renúncia
à revolução
necessária
me
deprime!
o
júbilo
da
felicidade desejada
ainda
espero
a fé
nos homens
ainda
persiste
o amor
à vida
ainda
vive
a
esperança
ainda
resiste ...
... O NOSSO AGRADECIMENTO, Ó POETA!!!
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